Guajará-Mirim (RO) –O Walter Bártolo tem longa trajetória de atendimento nas regiões de difícil acesso do interior de Rondônia. Em suas missões, a embarcação presta consultas médicas, exames laboratoriais, vacinação, atendimento odontológico e ginecológico, além de ações de prevenção e promoção da saúde.
Somente em 2023, o barco hospital realizou mais de 10 mil atendimentos em comunidades ribeirinhas e aldeias indígenas, percorrendo dezenas de localidades às margens dos rios Mamoré e Guaporé. Com uma equipe multidisciplinar formada por médicos, enfermeiros, técnicos e dentistas, o serviço tem sido reconhecido por sua importância social, especialmente em áreas onde não há unidades fixas de saúde.
A última missão, concluída dois dias antes do naufrágio, contemplou ações conjuntas com a Prefeitura de Guajará-Mirim, levando atendimentos a cerca de 15 comunidades, entre elas as localidades de Surpresa, Iata, Remanso e Deolinda.
Com o naufrágio, os atendimentos de saúde planejados para o mês de maio deverão ser reavaliados pela Sesau. A secretaria ainda não confirmou se haverá embarcação substituta ou realocação dos atendimentos via transporte terrestre, que é mais limitado na região.
O caso gerou repercussão entre lideranças locais e organizações indígenas, que expressaram preocupação com a continuidade dos atendimentos e cobraram agilidade na apuração dos fatos e definição de medidas para retomar o serviço.
A Marinha do Brasil dará continuidade à perícia técnica para investigar se houve falha estrutural ou outro fator responsável pelo naufrágio. Também será avaliada a possibilidade de resgate da embarcação, que representa um dos pilares da assistência pública à saúde fluvial no estado.
O QUE ACONTECEU
O barco hospital Walter Bártolo, pertencente ao governo de Rondônia, naufragou por volta das 2h40 da madrugada desta quarta-feira (30) no rio Mamoré, em Guajará-Mirim, após apresentar uma rachadura no casco que provocou a entrada de água. A embarcação, que estava atracada na margem do rio, foi arrastada pela correnteza e acabou afundando.
Responsável por levar atendimento médico a comunidades ribeirinhas e indígenas das regiões das bacias dos rios Mamoré e Guaporé, o Walter Bártolo é uma unidade fluvial de saúde considerada essencial para a população local. Segundo informações apuradas pelo Rondoniaovivo, não houve vítimas, já que o barco havia encerrado uma missão dois dias antes do acidente, realizada em parceria com a Prefeitura de Guajará-Mirim.
Testemunhas relataram, ainda na madrugada, ter visto boias salva-vidas, geladeiras e outros objetos flutuando nas proximidades do local do naufrágio, o que mobilizou rapidamente as autoridades.
A Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) divulgou nota afirmando que todas as licenças, laudos técnicos e manutenções da embarcação estavam em dia. A pasta informou que a Marinha do Brasil e a Polícia Militar foram acionadas e já deram início às investigações para esclarecer as causas do naufrágio.
“Reforçamos nosso compromisso com a transparência e a segurança das operações. A população será informada sobre os desdobramentos do caso”, afirmou a Sesau no comunicado.
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