Redação, Porto Velho (RO), 17 de setembro de 2025 – A Polícia Federal, com apoio da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Força Nacional e outros órgãos de fiscalização, deflagrou na última segunda-feira (15) a Operação Boiúna, voltada ao combate do garimpo ilegal no Rio Madeira, entre os municípios de Humaitá e Manicoré, no Amazonas. A ação resultou na destruição de 71 dragas utilizadas para a extração clandestina de ouro.
A operação foi autorizada pela Justiça Federal e acompanhada pelo Ministério do Trabalho e pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), com a finalidade de garantir os direitos dos trabalhadores encontrados nas balsas durante a ação.
Segundo a PF, o objetivo da ofensiva é proteger o meio ambiente, salvaguardar comunidades ribeirinhas e enfraquecer organizações criminosas ligadas ao garimpo ilegal.
Mortandade de peixes e críticas
Logo após as explosões que destruíram as dragas, moradores da região registraram a presença de milhares de peixes mortos em rios, lagos e igarapés próximos, o que levantou forte debate sobre os efeitos colaterais da operação.
Ambientalistas e lideranças comunitárias expressaram preocupação com a contaminação do ecossistema aquático, alertando que os detritos e combustíveis liberados na água podem afetar a cadeia alimentar, a pesca de subsistência e a saúde das populações ribeirinhas.
Críticos da ação apontam que, apesar da intenção de combater o garimpo ilegal, os métodos utilizados teriam provocado um impacto ambiental imediato e severo, considerado por eles como “um desastre maior do que aquele que se buscava evitar”.
Posição das autoridades
Em nota, a Polícia Federal reiterou que as dragas destruídas operavam sem licenciamento ambiental e que a prática de garimpo ilegal causa contaminação por mercúrio, desmatamento e degradação dos recursos hídricos. A corporação informou ainda que a destruição dos equipamentos segue protocolos estabelecidos em lei e foi determinada pela Justiça como forma de inviabilizar o retorno das atividades criminosas.
Já o Ministério Público do Trabalho destacou que, durante a ação, foram tomadas medidas para assegurar a integridade dos trabalhadores encontrados nas embarcações, inclusive com orientação sobre direitos trabalhistas e encaminhamentos necessários.
Impactos e próximos passos
Enquanto autoridades defendem a operação como medida de proteção ao meio ambiente e enfrentamento ao crime organizado, comunidades locais e organizações independentes exigem maior transparência e avaliação dos danos ambientais provocados pela ação.
A Delegacia de Meio Ambiente da PF e o Ibama devem realizar novos relatórios técnicos sobre os efeitos da operação, incluindo análise da mortandade de peixes e riscos de contaminação das águas.
Resumo:
- 71 dragas destruídas na Operação Boiúna, no Rio Madeira.
- Mortandade de peixes registrada após explosões levanta críticas.
- PF e órgãos ambientais defendem a medida como necessária contra o garimpo ilegal.
- Populações ribeirinhas e ambientalistas alertam para danos ao ecossistema e à pesca de subsistência.
Fonte: noticiastudoaqui.com