PF ataca com brutalidade de guerra garimpeiros de São Carlos e Nazaré trabalhando no Rio Madeira



Redação, Porto Velho (RO), 27 de outubro de 2025 - A região ribeirinha do rio Madeira, no estado de Rondônia, foi palco de mais uma ofensiva federal no combate ao garimpo ilegal.

Na sexta-feira (24/10/2025), a Polícia Federal (PF), com o apoio do Ibama – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, deflagrou a chamada Operação Hefesto II no trecho entre os distritos de Aliança, São Carlos e Nazaré, todos no município de Porto Velho.

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O que foi encontrado

Durante a ação, foram identificadas dragas e balsas de médio e grande porte — equipamentos que demonstram um nível de estrutura além do garimpo artesanal.

Segundo as autoridades, essas embarcações indicam “atividade estruturada e com capacidade de extração de minerais em larga escala”.
Diante da dificuldade de remoção desses equipamentos no local, as equipes inutilizaram 49 embarcações e motores no local.

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Foram ainda apreendidos aparelhos celulares de pessoas flagradas a bordo e frascos de mercúrio — substância altamente tóxica, habitualmente empregada na separação do ouro.

Impactos ambientais e sociais

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O garimpo ilegal no rio Madeira acarreta danos graves ao meio-ambiente, conforme alertado pela PF: desmatamento de margens, assoreamento, turbidez da água, e contaminação por mercúrio, que se propaga pelo ecossistema aquático e atinge comunidades ribeirinhas e indígenas que dependem do rio para pescar, tomar água ou para transporte.

Para a cidade de Porto Velho e os distritos inseridos nessa faixa de atuação, isso significa que as consequências não atingem apenas o campo — há reflexos urbanos e para a saúde pública. Água contaminada, pesca comprometida e instabilidade ambiental geram efeitos em cadeia.

Estratégia e investigação futura

A Operação Hefesto II não é um episódio isolado. O lançamento da ação vem cerca de um mês após as operações desencadeadas sob os nomes “Leviatá” e “Boiuna”, também voltadas ao combate ao garimpo na mesma bacia hidrográfica.

As autoridades anunciaram que agora as investigações se voltam para além da ação imediata: o foco inclui descobrir quem são os financiadores do esquema, os operadores logísticos, os receptadores do ouro extraído e os demais elos da cadeia criminosa. A punibilidade vai além do garimpo em si, alcançando crimes ambientais, usurpação de bens da União, associação criminosa e outros conforme os levantamentos.

Significado para Rondônia e Porto Velho

Para Rondônia, especialmente para Porto Velho e sua orla ribeirinha, a repercussão é dupla. Primeiro, há o recado claro de que a fiscalização federal está ativa e disposta a agir de forma contundente. Segundo, esse tipo de operação evidencia que o problema do garimpo ilegal assume contornos econômicos, ambientais e estruturais, e que não se trata apenas de pequenos grupos isolados, mas de atividades com grau elevado de organização.

No nível local, isso significa que setores como pesca, turismo fluvial, comunidades ribeirinhas e as políticas de proteção ambiental terão sua relevância reforçada. Pode também gerar uma expectativa de melhoria nas condições do rio — embora o processo de recuperação ambiental leve tempo.

Os desafios

Restam desafios significativos:

  • Recuperar áreas degradadas, garantir que o rio volte a ter qualidade de água aceitável e recuperar o ecossistema.
  • Proteger comunidades vulneráveis, especialmente ribeirinhas e indígenas, que são diretamente afetadas pela contaminação e pela perda de recursos naturais.
  • Acompanhar o processo judicial para que os envolvidos respondam pelos seus atos, evitando que os “peões” sejam os únicos punidos enquanto o comando permanece impune.
  • Fortalecer a cooperação entre autoridades federais, estaduais e municipais em Rondônia para que ações de prevenção, monitoramento e repressão sejam integradas e contínuas, não episódicas.

Conclusão

A Operação Hefesto II representa um momento de visibilidade para o combate ao garimpo ilegal no estado de Rondônia e ­­­na bacia do rio Madeira. É uma boa notícia para quem acompanha a dificuldade de conter essa atividade que fere o meio-ambiente e atinge comunidades tradicionais.

Ao mesmo tempo, revela a magnitude do problema: dezenas de embarcações inutilizadas, uso de mercúrio, organização estruturada. Em Porto Velho e nos distritos vizinhos, a proteção dos rios, da floresta e das pessoas exige ação firme e contínua.

Fonte: noticiastudoaqui.com



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