Lua de Júpiter pode brilhar mesmo no escuro



Interação da superfície gelada de Europa com a intensa radiação de Júpiter simulada em laboratório resulta na emissão de luz esverdeada

 

O lado escuro de Europa, uma das quatro maiores luas de Júpiter, pode brilhar visivelmente, de acordo com simulações de laboratório publicadas na revista “Nature Astronomy”. A missão Europa Clipper da Nasa, cujo lançamento está previsto para meados da década de 2020, poderia observar esse fenômeno, de acordo com os cálculos apresentados no estudo.

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Europa provavelmente abriga um oceano subterrâneo coberto por uma espessa crosta gelada, composta predominantemente de gelo de água. A superfície externa da lua está sujeita a um alto nível de radiação de Júpiter.

O físico Murthy Gudipati, do Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa (JPL-Nasa) e do Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech), e seus colegas simularam a interação dessa radiação com a superfície de Europa, expondo gelo salgado a elétrons energéticos em laboratório. Eles descobriram que o gelo irradiado emite luz esverdeada em um processo chamado luminescência estimulada por elétrons. A intensidade da emissão depende da composição específica dos gelos.

Missão exploratória

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“Essas partículas de alta energia carregadas, incluindo elétrons, interagem com a superfície rica em gelo e sal. Isso resulta em processos físicos e químicos”, explicam os autores no estudo.

“Se Europa não tivesse essa radiação, ela seria parecida com a nossa Lua — escura no lado que fica na sombra”, observa Gudipati, líder da pesquisa.

Segundo os autores do estudo, um sobrevoo de baixa altitude da espaçonave Europa Clipper poderia determinar e mapear a composição química da superfície noturna de Europa. Essa missão mediria quanto brilho de gelo é visto em diferentes regiões de comprimento de onda. Tais observações também poderiam permitir a caracterização do oceano subsuperficial – avaliando, por exemplo, sua salinidade.

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Fonte: Revista Planeta 



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