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Badalado, caro e feio

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“Medonho”, “desproporcional”, “pesado”, “antiquado” e, a pior das qualificações, com cara de “tênis de pai”. Esses são alguns dos adjetivos usados para descrever o objeto de desejo do momento: o calçado da Balenciaga chamado Triple S, cujo nome é uma referência às três camadas de sola de borracha. Lançada no segundo semestre de 2017, a geringonça tinha tudo para dar errado. Seu enorme solado deixa os pés exageradamente grandes, em evidente confronto com o restante do vestuário. E, salve o paradoxo, justamente por ser chamativo (como não olhar para ele?), virou objeto dos famosos ou quase famosos que só vão para a rua com um solitário e persistente propósito: causar. Parecem estar conseguindo.

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“Esse tênis é horrível, mas isso não quer dizer que eu não vá usá-lo amanhã”, afirma a jornalista de moda Lilian Pacce. “A estética do tênis está ligada à cultura das ruas e ao movimento hip-­hop.” O calçado passou a agitar o mercado de luxo desde que a Chanel pôs o tênis no desfile de alta-costura de janeiro de 2014. Aos poucos, o acessório foi ganhando novos terrenos, além da academia e das baladas. É um modelo onipresente em situações que exigem produção esmerada — combinando com vestidos curtos e longos, não há regra, tanto faz. “Hoje em dia não existe uma it-bag do momento, mas um it-tênis”, diz Lilian. É o artigo — a coisa, o “it”, do inglês — que o marketing tornou inescapável, necessário. E até acessível, ainda que filho do caríssimo mercado de luxo.


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