SANEAMENTO -Porto Velho entre as piores cidades do país
Porto Velho, RONDÔNIA – Apesar de localizada entre os limites de duas rodovias federais, a capital de Rondônia, segundo estudo feito pelo Instituto Trata Brasil, ostenta o 97º lugar no ranking de saneamento básico das piores cidades da Amazônia Legal para viver e morar.
Na avaliação é possível enxergar, entre outras situações, “a falta de receita própria para investimentos em obras de infraestrutura profunda, coleta de esgotos e deficiência, também, em97% em água potável”, atesta os estudos do instituto.
Afora a medição do Instituto Trata Brasil, aqui na capital, é visível a inexistência de saneamento básico nos bairros mais populosos, entre os quais, Tancredo Neves, JK 1 e 2, São Francisco, Mariana, Marco Freire, Flamboayant, Fortaleza, Rosalina Carvalho, Três Marias, Lagoa e Lagoinha.
Com isso, nem mesmo o “Projeto Minha Rua”, sob a responsabilidade do município, na atual gestão, cuja finalidade “é buscar revitalizar as vias dos bairros desta região, será capaz de garantir água potável, já que se destina a fazer drenagem e pavimentação”, diz o morador da rua Altemar Dutra, Sérgio Pontes, 43 anos.
O engenheiro Paulo Struthos, da primeira equipe montada pelo ex-governador Confúcio Moura, do então Departamento de Obras e Serviços Públicos (DEOSP), dizia que “nenhum gestor deve obstar o princípio da democratização do acesso ao saneamento, apesar de ainda ser um grande desafio a gestões sem receita própria”.
Na listagem de bairros sem coleta de esgotos e sem água potável da Zona Leste, pesquisados por este site de notícias, os usuários da Rua Antônio de Souza, avenidas Benedito Inocêncio e Plácido de Castro, “ficam entre os que mais ficam sem água, drenagem e esgotamento sanitário”, afirma João dos Santos, 70 anos, pioneiro no bairro JK 2.
Entre os dez piores lugares para morar e viver nesta parte da Capital de Rondônia, onde a percentagem da população sem acesso a água tratada e a necessidade de coleta de esgoto sanitário é extrema, figuram partes dos bairros Flamboyant, Fortaleza, Rosalina Carvalho, Airton Sena, Marco Freire, Três Maria, Esperança da Comunidade, Teixeirão 2, Planalto 1 e 2 e Nova Canaã, área de assentamento entre as avenidas Amazonas e Humaitá.
Esse quadro se dá pela visível falta de políticas públicas para ofertarserviços de esgotos e água tratada (potável 100%) à população destes bairros da Zona Leste. Em virtude dessa situação bastante crítica, segundo interlocutores da SEMISB (Secretaria de Infraestrutura e SaneamentoBásico), o prefeito Hildon Chaves foi “forçadoa atuar, no Mariana, São Francisco, Tancredo Neves e Três Marias”.
- Numa parte desses bairros, face o estado dos canais que cortam esses bairros até o Terminal Rodoviário da capital, foram construídos 750 metros de galeria, revelou uma fonte daSEMISB ligada ao secretário Prestes.
A reportagem do noticiastudoaqui.comfoias órgãos de controle no âmbito federal, entre os quais, Fundação Nacional de Saúde (FUNASA) - com atuação no setor de saúde pública – e buscou dados em outros onde apontam que, “Porto Velho continua o pior colocado do ranking”. Além de estar entre os piores da Amazônia Legal, em índices de coleta e tratamento zero de esgoto sanitário.
O déficit nessa área ocorre desde o governo do ex-prefeito José Guedes, quando a capital de Rondônia deu os primeiros passos na execução de obras de infraestrutura profunda. “Isso se deu, sobretudo, com a criação de novos bairros, entre os quais, Agenor de Carvalho, Tancredo Neves e JK 1’, lembram os comunitários Abdon Maravilha e João dos Santos.
De acordo com o engenheiro civil, ex-vereador e ex-responsável técnico do extinto DEOSP, Paulo Struthos, “a Zona Leste tem, hoje, praticamente, 60% dos canais mais fétidos da Capital”.
Todos os esgotos gerados pela população em fossas, ralos e galerias a céu aberto, são jogados diretamente nos córregos e nascentes das APAs (Áreas de Proteção Ambiental) que, por sua vez, despejam todos os resíduosno Rio Madeira,poluindo o nosso mais importante manancial de água doce.
Entre os canais fétidos, o que fica localizado na divisa dos bairros Três Marias, Tancredo Neves e JK 1, “é um dos piores da região Leste, somado ao do Esperança da Comunidade”, como afirmou uma moradora do entorno e comprovou pesquisa do noticiastudoaqui.com.
Os canais que já foram córregos de águas limpas e cheios de peixes, são hoje canais de esgotos e dejetos de toda Zona Leste que, mesmo diante de tal cenário negativo, “nunca contou com investimentos para saneamento e tratamento dos despejos humanos”, arrematou Abdon Maravilha.
XICO NERY (Direto da Zona Leste)
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