Perfumeira do Flodoaldo é gente que faz
Dona Dalila é exemplo de pequena empreendedora. Sua história de perfumeira é conhecida no bairro Flodoaldo Pontes Pinto.
Abarrotada de caixas com perfumes, a sala da pequena casa de dona Dalila Ribeiro da Rocha, na rua 27 de Dezembro, no bairro Flodoaldo, transformou-se em exposição permanente há pelo menos 30 anos.
Vinda do Alto Solimões (AM), atualmente ela inverte a situação comum das avós brasileiras que se prestam a auxiliar filhos na criação de netos.
A vida dessa senhora melhorou com o apoio recebido do Banco do Povo de Rondônia. Cerca de 200 mulheres cadastradas em Calama, São Carlos, Nazaré e em outros pontos do Madeira, no interior do município de Porto Velho, começaram suas vendas de confecções e cosméticos com microcréditos. “O mercado da beira-rio e das ilhas é também promissor”, avalia a gerente Administrativa do Banco do Povo, Andréia Caetano.
“Eu lavei, passei e cozinhei o tempo todo, mas desde 1983 cuido de cinco netas, um neto e dois bisnetos”, conta Dalila Ribeiro.
Ocorreu-lhe que apenas um filho é seu, dos seis que criou; outros cinco são do ex-marido. netos e bisnetos pertencem a filhos que lhe confiaram a missão. Dalila ficou sozinha com a perfumaria, pois o filho mais velho, Jorge André, mudou-se para Manaus (AM), onde ingressou na Polícia Militar.
Anteriormente, morou nos bairros Areal, Embratel e Floresta. Por três anos, a partir de 2004, ela administrou um boteco na rua Chile (Embratel). E foi então que conheceu o empreendedorismo, preferindo trabalhar com marcas nacionais. “Sou brasileira doente, contrária aos importados, vendo só perfumes com garantia, assim ajudo o meu País, porque as fábricas pagam imposto corretamente”.
Entusiasmada com a chegada da jovem cliente Crislane e a pequena Isabela, de 2 anos, Dalila reforça sua posição nacionalista. “Olhe a Natura, o Boticário, são 100% brasileiros e me dão excelentes condições de trabalho; a fábrica Avon tem 130 anos e, em 2015, 60% de todos os seus funcionários eram mulheres”.
“O Banco do Povo foi uma mão na roda para mim. Desde 2014 eu inteirei três maquininhas de crédito, já fiz cinco operações para comprar mercadorias, e o senhor vê aí (apontando a mesa), eu também trabalho com alguns catálogos de roupas e por uns tempos vendi Tupperware”.
Sonha visitar as barrancas de rios, onde tem amigos, especialmente no Lago Cuniã. “Se eu for lá, eu sei que vendo”, disse, mencionando mais lugares onde pretende chegar um dia. “Maravilha, Nazaré, São Carlos…”.
MONTEZUMA CRUZ
Foto Daiane Mendonça (Secom)
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