ABASTECIMENTO - Água! Água! Por favor! O povo clama por água na torneira. | Notícias Tudo Aqui!

ABASTECIMENTO - Água! Água! Por favor! O povo clama por água na torneira.

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Moradores da Rua Antônio de Souza, no Bairro JK II, na Zona Leste da Capital, vivem momentos delicados. Sem uma gota d’água nas torneiras nesse e em todos os verões, às vezes até no inverno, a maioria deles vem desligando a água da Caerd ao longo do tempo.

— Até abril de 2018, as residências de Porto Velho terão água tratada e devem proporcionar atendimento de 100% das moradias à população da Capital. Hospitais deixarão de comprar medicamentos, idosos terão menos doenças, ganhando melhor qualidade de vida — avaliava o então governador Confúcio Moura, em 27 de janeiro, na sua tentativa de resolver o problema.

O ex-governador fazia essa mesma promessa em 2016 e 2017, sempre amparado nas informações – que se revelaram mentirosas – da senhora Iacira  Azamor, presidente da Companhia de Água e Esgoto de Rondônia (Caerd) até recentemente, pessoa de sua confiança.

A REALIDADE

Como consequência dos erros dos gestores públicos, as populações dos bairros de Porto Velho estão, mais uma vez, amargando outro verão sem água nas torneiras. Donas de casa se irritam  e se desesperam, pois  têm que cozinhar e lavar a roupa da família.

Além disso, precisam limpar a casa, cuidar dos animais domésticos e das plantas. Com que água?

Nessa época do ano, seca o lençol freático que abastece os poços amazônicos, com profundidade média de 10 metros. O reduzido volume d'água que alguns conservam no fundo fede a lama podre e é contaminado.

Mesmo os poços semi-artesianos, com profundidade média de 20 m, baixam o volume d’água. Por isso, quem dispõe de alguma reserva, não empresta ao vizinho. Até os poços da Caerd secam.

Quem tem dinheiro, compra água de empresas particulares e, caso contrário, fica implorando à Caerd o envio do carro-pipa para mitigar o sofrimento.

O problema é que a cidade toda tem a mesma necessidade, a mesma sede, e a empresa não dá conta de atender a todos por esse meio.

O CALOTE

O que não seca é a sede da Caerd em cobrar por um produto que não entrega e ainda ameaça o usuário enganado, de suspensão de serviço, caso ele atrase o pagamento da conta. O boleto chega com a precisão de relógio, aumentando a raiva e a rejeição do consumidor à empresa pública.

Aos que acreditaram nas palavras do ex-governador Confúcio, resta a frustração. E o sacrifício de ter que tirar dinheiro da comida para pagar R$ 4 mil pela documentação que autoriza a obra e pela abertura de um poço semi-artesiano.

Convenhamos, em tempos de desemprego, são poucos os que têm essa condição.

O CASTIGO

O micro empreendedor Armêndio Campos, um os fundadores do Bairro JK, no tempo do Prefeito José Guedes, necessitou perfurar um semi-artesiano. Ele não tinha mais condições de usar água do velho poço amazônico. Já viveu a agonia de acreditar e depender da Caerd, agora se libertou.

– Tive que tirar dinheiro do negócio, que já é pequeno, e mandar cavar um poço. Não aguentava mais a reclamação indignada da família, declarou Armêndio.

Dias antes, foi a vez de Ângela Gonçalves, também micro-empreendedora, que reúne ainda as obrigações de dona de casa com a de dona de um pequeno lanche frequentado pela comunidade da rua Antônio de Sousa e adjacências.

Tava para enlouquecer de tanta raiva dessa Caerd. Além de ter um calendário de só fornecer água dia sim dia não, no dia sim não vem nem pra fazer um chá. Como é que vou cuidar da minha casa e do lanche sem água? A família teve que se juntar pra gente mandar fazer um artesiano. Parecia um castigo que não tinha fim, desabafou a cearense Ângela.

“E quando a gente telefona no 0800 e reclama, ainda tiram onda com a cara da gente: "É só a senhora que reclama!" Agora livre dessa gente. Não quero nem ver na minha porta!, concluiu a micro-comerciante.

A PROMESSA

Em 10 de maio deste ano, o prefeito Hildon Chaves anunciou a conclusão do Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI) que faltava para o início dos estudos para implantação, expansão, readequação e manutenção do sistema de abastecimento de água, em cujo projeto a administração municipal assumia as rédeas para levar água a todas as casas da Capital.  

Segundo o prefeito, o procedimento foi o segundo de um pacote de Parcerias Público Privadas (PPP) que serão lançadas ainda neste ano, visando solucionar o problema que atormenta Porto Velho há mais de 50 anos: a crônica falta d'água. Situação que dá à Capital, o vice-campeonato de pior lugar para viver entre as cidades do País.  

Hildon esclareceu que as medidas acerca desse problema ainda não tinham sido tomadas, porque o ex-governador Confúcio, em 2017, solicitara prazo até o início de 2018, para que Porto Velho tivesse 100% de água tratada.

"Como isso não aconteceu, vamos iniciar o processo licitatório até o final deste ano", anunciou o prefeito. Os trabalhos deverão iniciar-se no primeiro trimestre de 2019, prometeu.

 As obras de implantação do sistema de água tratada da Capital envolvem quase R$ 300 milhões e fazem parte do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), do governo federal.

Já existem algumas obras em estágio avançado, entre as quais, a estação de tratamento que está sendo finalizada e deverá funcionar com sistema totalmente automatizado, utilizando o mínimo de intervenção humana. 

Hildon mostra as primeiras providências. Agora é com ele...

Que contará com obras adiantadas como a a estação de tratamento d’água.

 

 Armêndio não aguentou mais a falta de compromisso dos gestores públicos da Caerd...

 

E construiu seu próprio sistema de abastecimento: mandou perfurar o poço.

O poceiro Vando Rodrigues abre dezenas de poços semi-artesianos nesta época do ano. “O desespero do povo é grande”, ele confirma.

Dona Ângela também teve dá o seu jeito ...

 

...  de pagar por seu poço artesiano. “Não quero nem ver essa gente!”

 

Fonte: noticiastudoaqui.com


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