LUTO – Escola dá adeus a Buzuga, regente da Corporação Musical mais vitoriosa de Rondônia
Às 12h30 desta segunda-feira, com suas tradicionais camisetas vermelhas, alunos da Escola Estadual Castelo Branco depararam com o aviso no portão principal, na Avenida Farquhar.
Morreu domingo e foi sepultado hoje (30) Claudemir Aragão de Oliveira Filho, 52 anos, o Buzuga, regente da vitoriosa Corporação Musical detentora do maior número de títulos do norte brasileiro entre as décadas de 1980 e 90.
“Voltem pra casa, hoje não tem aula, a escola está de luto”, ordenava uma zeladora, no ponto de ônibus do Tribunal de Justiça.
Ao todo, foram 18, o mais recente conquistado no ano passado, no concurso estadual de bandas e fanfarras em Ariquemes.
Buzuga, muito conhecido nos meios culturais e artísticos de Porto Velho, foi membro da família Aragão Oliveira, da Sorveteria Tucumã, no bairro Olaria.
Sempre disposto a colaborar com eventos diversos, Buzuga também emprestou seu talento de narrador às festas juninas de quadrilha. Era filho dos pioneiros Mildo e dona Francisca.
Ele começou a carreira em 1976, no Colégio Laura Vicuña, passou pelo Colégio Dom Bosco (1978-79) e depois pela Escola Samaritana (1980-81).
Antes de retornar à Escola Castelo em 2009, onde ingressara ainda nos anos 1980, passou um período na Escola Padre Chiquinho.
“Voltem pra casa, a escola está de luto”, ordenava hoje à tarde uma zeladora da Castelo, no ponto de ônibus do Tribunal de Justiça. A maioria dos alunos ainda não soubera da perda.
No ano passado, o repórter foi ver um ensaio da corporação, na antevéspera da viagem para Ariquemes.
“Esquerda, volver! Direita, volver! – ele ordenava ao grupo, seguindo-se maravilhosas evoluções e o contagiante ritmo de samba que ecoava por todas as dependências da escola, em frente, na avenida Farquhar, e nos arredores.
IRMANADOS
Buzuga comentava naquela ocasião o que considerava “renovação de emoções” da corporação formada por 46 alunos com idades de 12 a 24 anos. “Porque trabalhamos irmanados, com disciplina, e esse é o nosso17:20:22 ponto de acerto”. “Temos um grupo valoroso, de ouro”, ele elogiava.
Naquele ensaio, a corporação estreava instrumentos novos fornecidos pela Secretaria Estadual de Educação. Buzuga aproveitava a conversa para defender a classe de coordenadores, instrutores e coreógrafos: “Nós todos somos gratos ao governo, mas buscamos o reconhecimento profissional, e o estado pode fazer isso por nós, estamos confiantes”.
Lembrava que a prática da teoria musical para uma banda marcial demora cinco anos, e isso deve ser “melhor compreendido”.
Da Corporação Musical da Escola Castelo Branco saíram muitos componentes das bandas da Base Aérea, da PM e da 17ª Brigada de Infantaria de Selva. Alguns médicos e advogados da cidade também tocaram nela.
MONTEZUMA CRUZ
Fotos Ésio Mendes e News Rondônia
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