LESTE EM FOCO – Na luta por dignidade, Orgulho do Madeira resgata ações sociais
Com sentimento de gratidão, a dona de casa Euza Lima de Souza, acreana, 39 anos, mãe de três filhos, aproximou-se dos educadores de trânsito Alex Lacerda e Jaqueline Macedo, levando no colo o bebê Paulo Henrique, de um ano e um mês.
Uma das primeiras a chegar à tenda montada na quadra 587, ela recebeu panfleto educativo, enquanto o filho Carlos Eduardo, 13, estudante da 7ª série, foi brincar. Carla, 16, não mora no Residencial Orgulho do Madeira; está com a avó em Extrema, na região do Abunã.
Euza, que veio de Rio Branco (AC) em 2014, cuida deles praticamente sozinha, pois o marido, Carlos Alberto, 44, está em tratamento psicológico.
Bombeiros, Detran, Polícia Civil, Secretarias Estaduais da Assistência e do Desenvolvimento Social (Seas), e da Agricultura, Instituto de Desenvolvimento Pedagógico, retomaram sábado (28) ações do Programa Rondônia Mais Segura, em apoio aos moradores desse novo bairro da zona leste de Porto Velho.
No mesmo local, sábado próximo uma equipe do Programa Tudo Aqui expedirá documentos, a partir das 8h.
Com aproximadamente dez mil pessoas, população superior à de alguns pequenos municípios rondonienses, o Orgulho já entregou 2,8 mil casas e apartamentos, restando o assentamento de 1,2 mil famílias.
CRECHE E CLÍNICO GERAL
“Em ações continuadas, as famílias serão atendidas, orientadas e fornecerão informações das suas necessidades”, anunciou o secretário executivo do governo, capitão Marcelo Duarte.
A gestora do Programa Rondônia Mais Segura, Leandra Dal Bello, anotou as prioridades: “As primeiras são a construção de uma creche e o atendimento regular de médico clínico geral”.
Conforme ela constatou, há muitas mães solteiras no residencial, arrimo de famílias, sujeitas ao abandono de vulnerável.
Tanto a creche quanto a escola dependem da liberação de recursos do Fundo de Arrendamento Residencial (FAR), do Ministério das Cidades, com quem o governador Daniel Pereira deverá tratar, nos próximos dias.
“Destinam-se à instalação de equipamentos públicos, 6% do valor arrecadado pelo FAR, e o impasse até o momento é com o Banco do Brasil, que desde 2013 não fez o chamamento público de empresas”, explicou o coordenador de habitação da Seas, José Carlos Gadelha.
A Procuradoria Geral do Estado recomendou ao Estado não assumir compromissos financeiros além de seus limites.
“No Residencial Capelazzo, em Ji-Paraná, a Caixa Econômica Federal contratou a empresa CCM para construir essas obras”, informou Gadelha.
O QUE PEDEM
Os moradores receberam farto material informativo das equipes de assistentes sociais e psicólogas do Centro de Recuperação e Prevenção ao Uso de Drogas (Crepad), do Conselho Tutelar e do Conselho Regional de Assistência Social. Eles conversaram com pais e mães.
Na planilha de reivindicações também constam: cursos de cabeleireiro (a), informática e inglês, vacinação H1N1, contra a gripe Influenza, entre outras.
APELANDO PELA MÃE
“Minha mãe recebe R$ 124 da Bolsa Família e mais nada. Ela quer fazer pastel pra vender aqui mesmo”, contou o menino César Nunes Miranda, 11.
Zuleide Nunes Miranda, 48, separada do marido em Costa Marques, usa o dinheiro para o pagamento das contas de energia elétrica e água. Estudou até o 4º ano no EJA, e luta contra a depressão.
“Não sobra nem dinheiro para ela visitar meu irmão, que vai sair da prisão até o próximo ano”, contou César. Trata-se de Leonam, 28, que cumpre pena por tráfico de drogas.
Ele estuda na Escola Ulysses Guimarães, no Jardim Santana, onde tira nota dez em história e se dá bem nas demais matérias. Esperançoso em ser jogador de futebol, matriculou-se na escolinha que iniciará as aulas na próxima quarta-feira.
Segundo César, a mãe ainda criou Clévis, 30, que ingressou na Polícia Militar. “É meu irmão de consideração”, disse.
Para o coordenador estadual dos Direitos Humanos, Thiago Sitta, as atividades de sábado “preparam o terreno” para o esforço conjunto de órgãos governamentais.
“Todos se dispõem a ajustes e no que diz respeito à cidadania e à família também contamos com o apoio da Secretaria Municipal de Assistência Social”, ele frisou.
SAIBA MAIS
► A PM dará aulas de futebol na escolinha até três vezes por semana. O programa Capacita Rondônia, mantido pelo Idep, é o responsável pelas matrículas.
► A Sala Integrativa Rondônia Mais Segura atendeu a um chamado da Polícia Militar, que tem acompanhado de perto as demandas das centenas de famílias. A quadra é uma das mais carentes do residencial.
► Ela é uma estrutura de gestão e governança, na qual se encontra destacada a equipe técnica de gestores e profissionais da segurança pública que representam a Governadoria e a Sesdec, com a incumbência de sistematizar e conduzir propostas feitas pelos órgãos que participam do esforço conjunto de levar dignidade aos moradores do Orgulho do Madeira.
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Com fotos de Frank Néry
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