Jungmann sobre golpe militar: 'Acha que o Congresso vai se suicidar?' | Notícias Tudo Aqui!

Jungmann sobre golpe militar: 'Acha que o Congresso vai se suicidar?'

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ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, admitiu o aumento da influência das Forças Armadas no governo Michel Temer e disse que isso se deu em razão da crise política e do poder civil.

Em entrevista à reportagem, o ministro minimizou o risco de uma possível intervenção militar no país e disse que esse tipo de proposta - ecoada por oficiais da ativa e da reserva- parte de "vozes isoladas" diante da falta de encaminhamento de soluções para o país.

"O que preocupa é exatamente o poder civil e o estamento político, que perde credibilidade e legitimidade e abre espaço para que surja esse tipo de proposta. Mas não creio que isso tenha possibilidade de avançar ou de colocar qualquer tipo de ameaça para a institucionalidade e a democracia", afirmou.

Após três meses dos assassinatos da vereadora Marielle Franco (PSOL) e de seu motorista, Anderson Gomes, Jungmann não estabeleceu prazo para o fim das investigações, disse que hoje não é possível afirmar que a morte da vereadora foi um crime político e que a intervenção no Rio "vai muito além de Marielle".

Nesta quinta-feira (14) completam-se três meses do assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes. O sr. se sente derrotado por ainda não haver solução para o caso?

Derrotado não posso dizer. Primeiro, porque o processo não está concluído; segundo, porque ele tem caminhado; terceiro, lembro sempre que casos com grande repercussão, como a morte da juíza Patrícia Acioli [em 2011] e do Amarildo [2013], demandaram esse tempo ou até mais. Ainda há pouco ouvi do general Braga Netto [interventor no Rio] que há indícios muito claros em termos tanto da autoria como dos mandantes [do assassinato de Marielle e Anderson], mas que eles precisam construir provas sólidas para poder apresentar e fazer a denúncia.

Mas ele havia dito isso há meses e não apresentou nada.

Apresentou, sim. Se queremos uma investigação fruto da nossa ansiedade ou se achamos que o tempo implica em dizer que não vai ter resultado, de fato fica difícil estabelecer algum parâmetro. Ansiedade e angústia existem, agora o trabalho é complexo e difícil, mas tem caminhado.

A Polícia Federal tem experiência vasta, mas não entrou no caso. Foi um erro não federalizar a investigação?

A PF colabora totalmente e tem trabalhado nesse caso como se dela fosse, participando com tudo o que dispõe. A Procuradoria-Geral da República estava vendo a possibilidade de deslocamento de competência, mas houve reação do Ministério Público do Rio, que decidiu que não deveria ser solicitada a federalização.

Isso não foi um erro?

O que posso dizer é que essa é uma decisão do Ministério Público do Rio, não nossa. Por que tirar uma equipe que é considerada competente por todos, inclusive pela família e pelos amigos da Marielle?

Um delegado da Polícia Civil do Rio divulgou uma carta pedindo desculpas à família de Marielle porque não havia recursos para a investigação. Sabemos que a segurança do Rio chegou a um ponto de sua quase destruição, mas o interventor me disse que R$ 400 milhões, daquele R$ 1,2 bilhão [liberado pelo governo federal], estão em processamento de aquisição de material. Essa situação tende a ser superada. A intervenção está no rumo certo e vai apresentar resultados.


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