“Ele teve a intenção de matar”, diz delegado ao indiciar acusado de matar caminhoneiro
VILHENA – “Ele tinha condições de saber que a pedra, pelo tamanho, pela velocidade, todos os fatores, um para-brisa grande, sabendo que o caminhão estava em movimento, que tinha alguém pilotando esse caminhão… Então é perfeitamente possível, para qualquer pessoa, saber que aquela pedra [pode] atingir e matar o motorista. Além disso, ele não se importou e continuou. Foi mais importante para ele querer realizar a conduta do que preocupar se iria ou se não iria matar. Por essa razão, nós entendemos que houve o dolo eventual”.
A declaração é do delegado Núbio Lopes de Oliveira, responsável pelo inquérito que apura a morte de José Batistela, em Vilhena, no dia 30 de maio, durante a greve dos caminhoneiros, ao anunciar o indiciamento do acusado Willians Maciel Dias.
A Polícia Civil de Rondônia indiciou o caminhoneiro Willians Maciel Dias, acusado de matar um caminhoneiro com pedrada durante paralisação nacional da categoria.
O crime ocorreu em um ponto de manifestação dos caminhoneiros na BR-364, no dia 30 de maio, em Vilhena. Esta foi a única morte diretamente associada aos protestos da categoria.
De acordo com a Polícia Civil, Willians Maciel Dias lançou uma pedra contra o caminhão de José Batistela, de 70 anos, que foi atingido e morreu no local.
Conhecido por “Javali”, Willians tem 32 anos, também é caminhoneiro e estava acompanhado da esposa, que chegou a pedir que ele não jogasse a pedra, e da filha de três anos. Ele está preso desde o dia 8.
O delegado responsável pelo inquérito, Núbio Lopes de Oliveira, acredita que o acusado teve intenção de matar.
Outras duas pessoas também foram investigadas pelo crime, mas a polícia apurou que apesar de terem juntado pedras, os homens desistiram do ato e, inclusive, tentaram demover o acusado da ação.
O caso foi encaminhado ao Ministério Público de Rondônia, que deve apresentar a denúncia à Justiça.
Willians atirou pedra enquanto dirigia com esposa e filha dentro do carro
A Delegacia de Homicídio de Vilhena encerrou o inquérito sobre a morte do caminhoneiro José Batistela ocorrida no dia 30 de maio deste ano, na BR 364, em Vilhena. Batistela foi atingido no rosto por uma pedra de 1,8 kg, e morreu no local.
Em entrevista coletiva, o delegado Núbio Lopes de Oliveira, responsável pelo caso, revelou que as investigações levaram ao indiciamento e a prisão do também caminhoneiro Willians Maciel Dias, O “Javali”, e descartaram a participação de outras pessoas. “Nós apuramos que os outros dois homens que estavam inicialmente com Willians no carro, foram deixados no Posto União; no momento que ele arremessou a pedra que causou a morte de José, estavam no carro ele, a esposa e a filha de dois anos”, disse Lopes de Oliveira.
O delegado explicou que tanto os homens deixados no posto, quanto a esposa, teriam tentado demover Willians da ideia de jogar pedras nos caminhões. A ação dele seria contra o fim da greve da categoria.
Willians foi indiciado por homicídio simples. Ele nega que tivesse a intenção de matar e disse que queria apenas de causar dano material. Mas, para o delegado, o acusado assumiu o risco de causar a morte, ao arremessar uma pedra daquele tamanho contra o para-brisas do caminhão em movimento.
O delegado aproveitou a entrevista para agradecer a todos que, de uma forma ou de outra, contribuíram para a elucidação dos fatos. Lopes de Oliveira disse que as informações repassadas à polícia pelas pessoas, e as imagens das câmeras cedidas pelas empresas foram fundamentais para a elucidação do crime “Quando se reúne o empenho da polícia e o disposição da sociedade em elucidar o que é de seu interesse, o resultado é esse”, disse o delegado ressaltando que a segurança é dever do Estado, mas responsabilidade de todos. FATALIDADE
Ainda preso na Casa de Detenção de Vilhena, Javali ainda não apresentou pedido de habeas corpus. Ele teria confessado que estava dirigindo ao atirar a pedra que provou a fatalidade usando a mão esquerda. O carro conduzido por ele vinha em direção ao centro de Vilhena, enquanto o caminhão de Batistela trafegava em sentido oposto, na direção à divisa com o Mato Grosso.
Fonte: ExpressãoRondonia
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