‘SEU ROMÃO’ – O Soldado da Borracha
Na manhã nublada que abafa o clima na Amazônia, sob o céu de cor cinza chumbo que denuncia o prenúncio de uma tempestade, um olhar divaga no tempo em meio às seringueiras do Parque do Circuito em Porto Velho.
Com a voz mansa, José Romão Grande, humildemente, brinca ao se apresentar: “Sou Romão Grande, mas grande mesmo é Deus”. A leveza é uma característica intrínseca do ex-soldado da borracha. O senso de humor se torna um aliado que o ajuda a camuflar os descontentamentos de quem passou a vida lançado à espera.
Seu Romão integra o cenário dos jovens nordestinos que foram obrigados, por um decreto do Governo Federal, a deixarem as suas terras para servir ao Brasil na Amazônia durante a Segunda Guerra Mundial.
Fascinado com as promessas fervorosas que a SEMTA divulgava na época, e com o ideal de mudar a realidade de seca e escassez em que vivia, Romão, aos 20 anos de idade, veio para os seringais da Amazônia extrair o Ouro Branco das árvores.
Apartado do seio familiar, com o coração pesado, mas, mesmo assim, convicto da sua missão, o jovem com todo o seu brio, chegou para desbravar os seringais da Amazônia e logo foi apresentado à dura realidadeque precisava enfrentar.
Sem o menor preparo, os soldados da borracha foram obrigados a aprender a sobreviver em meio aos perigos da selva. O ex-soldado Romão lembra, aflito, das diversas mortes que presenciou dos seus amigos de combate. Enclausurados nos seringais,os dias eram longos e os anosintermináveis.
O jovem Romão apenas esperava pelas melhorias de vida que outrora lhes foram prometidas. Os dias se passavam e as horas seguiam arrastadas. O cansaço acentuava as marcas do tempo, riscando, a cada dia, um novo sulco no seu rosto que o impedia de remoçar.
Até hoje, o seu inconformismo é o raio que fulge, na sua luta legitima ena memória que, em esplendor, semeia o seu lugar ao sol. Já a sua pele marcada é reflexo da terra que, mesmo recoberta por dias cinzentos,ainda é possível avistar um novo arrebol.
Mesmo diante de um cenário tão árido, Romão Grande, 96 anos, não se embotou. E, sem perder a ternura, ele é o presidente do Sindicato dos Soldados da Borracha de Rondônia. A sua força o impulsiona a seguir confiante na busca das melhorias que antes lhe foram preteridas e, desse modo, a todos os ex-combatentes de guerra. Mas a justiça, mesmo injusta, um dia chegará com o nascer do sol.
Fonte: Xico Nery
Edição: noticiastudoaqui.com
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