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Um mês depois, Folha admite falta de provas em reportagem sobre suposto caixa 2

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A dez dias da eleição presidencial, o jornal Folha de São Paulo, em reportagem feita pela jornalista Patrícia Campos Mello, acusava a campanha do presidente eleito Jair Bolsonaro de ter sido beneficiada com disparos de mensagens via Whatsapp pagos por empresários. Os disparos não estavam sendo declarados na prestação de contas do então candidato, o que configuraria caixa 2, crime eleitoral.

A reportagem foi usada à exaustão pelos adversários de Bolsonaro na época. Petistas como Fernando Haddad e Gleisi Hoffmann, ironicamente investigados justamente por caixa 2 na Lava Jato, não falavam de outra coisa nas redes sociais.

Mas o efeito negativo da acusação entre os eleitores de Jair Bolsonaro foi nulo. A reportagem não apresentou provas das acusações, e todos os envolvidos no caso negaram. Alguns foram além e prometeram processar a Folha, como foi o caso do dono da Havan, Luciano Hang.

Poucos dias depois, milhões de apoiadores foram às ruas não só dar força à campanha de Jair como ironizar a acusação. Algumas pessoas foram às ruas fantasiadas de “caixa 2”, inclusive.

Agora, um mês depois do ocorrido, o OMBUDSMAN da Folha admite o óbvio: a reportagem pecou na falta de detalhes e provas. A redação do jornal alegou que os documentos não foram divulgamos para “preservar a identidade dos indivíduos que só aceitaram colaborar com o jornal sob compromisso de anonimato.”

Não seria o caso da Folha apagar nomes dos envolvidos e, assim, divulgar os supostos documentos? E por que no dia seguinte da divulgação da reportagem, ao repercutir o caso, o jornal deu o fato como incerto?

O OMBUDSMAN da Folha, escrito pela jornalista Paula Cesarino Costa, encerrou-se assim:

“A construção técnica do texto e dos enunciados —da primeira página e internos— poderia ser mais precisa e transparente. Faltaram detalhes que corroborassem as evidências, mesmo sem que fontes fossem reveladas. Essa fragilidade gerou dúvidas nos leitores. Serve de alerta. Obriga a Folha a não esmorecer nem dar por encerrada a investigação.”

De qualquer forma, a investigação continua no TSE e as gigantes das redes sociais já enviaram manifestações à justiça brasileira para esclarecer que não houve impulsionamento na campanha do Bolsonaro.


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