Juiz manda agressor de Bolsonaro passar por exame psiquiátrico
A Justiça Federal em Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira, determinou nesta quarta-feira (10) que o pedreiro Adélio Bispo de Oliveira, autor confesso do ataque a Jair Bolsonaro, passe por um exame psiquiátrico feito por peritos da Penitenciária Federal de Campo Grande, capital do Mato Grosso do Sul, onde ele está preso.
A medida foi um pedido da defesa do agressor para avaliar se Oliveira sofre de insanidade mental e, assim, tentar abrandar a pena de uma possível condenação. No início do mês, o MPF (Ministério Público Federal) denunciou Oliveira por atentado pessoal por inconformismo político, crime previsto no artigo 20 da Lei de Segurança.
Para embasar o pedido, os advogados do réu apresentaram um laudo feito por médicos particulares, com autorização judicial. De acordo com a 3ª Vara de Juiz de Fora, o parecer foi compatível com os exames elaborados "pelos profissionais do serviço de psicologia e psiquiatria que avaliaram o custodiado na unidade penitenciária, sendo capaz de suscitar dúvida a respeito da higidez mental" de Oliveira.
Com a decisão do juiz Bruno Savino, a ação contra o agressor fica suspensa por 45 dias, até que a perícia solicitada seja concluída. Zanone Manuel de Oliveira Junior, um dos advogados que defendem Oliveira, explica que caso o laudo seja positivo para a deficiência, a situação do réu muda.
— Se tivermos um diagnóstico positivo neste sentido, ficará comprovado que ele não tinha consciência do ato que estava praticando.
Mesmo com a mudança no caso, Zanone Manuel de Oliveira Junior apresentou na tarde desta quinta-feira (11) a defesa prévia contra a acusação. O advogado adiantou que uma das principais base do documento é o argumento de que “as manifestações radicais da vítima foram condicionantes para o ataque”.
Segundo o defensor, caso o processo que avalia o incidente de insanidade aponte alguma alteração comportamental em Oliveira, uma nova defesa será apresentada.
Jair Messias Bolsonaro, candidato à Presidência pelo PSL, foi atingido com uma facada na região do abdômen enquanto fazia ato de campanha em um calçadão de Juiz de Fora, no dia seis de setembro. No momento do ataque, o deputado era carregado por apoiadores e caiu sobre o grupo.
O suspeito foi pego no mesmo instante por seguidores do candidato que estavam no local. O pedreiro Adélio Bispo de Oliveira, de 40 anos, confessou o crime e disse que foi motivado por "questões pessoais". Adélio foi transferido para um presídio de segurança máxima de Campo Grande, capital do Mato Grosso do Sul, onde ainda está preso.
Após a agressão, Bolsonaro passou por uma cirurgia, ainda em Juiz de Fora, e foi levado para um hospital particular em São Paulo, onde ficou internado por mais 23 dias. O candidato segue com acompanhamento médico em casa. Desde então, o político não voltou às ruas para campanha. Nesta quarta-feira, um laudo proibiu o presidenciável de participar dos debates televisivos que acontecem nesta semana.
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