População carcerária deve custar mais de R$ 60 bi até 2025, diz Jungmann
O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, disse nesta 3ª feira (16.out.2018) que com 1 crescimento da população carcerária brasileira de 8,3% ao ano, em 2025, o país deve ter 1,471 milhão de presos. Os gastos devem chegar a mais de R$ 60 bilhões.
“Entre novas unidades, manutenção e tudo mais, [isso custa] alguma coisa entre R$ 60 bilhões e R$ 80 bilhões. Não há como você acomodar isso orçamentária e fisicamente [à realidade]”, disse.
De acordo com Jungmann, a população carcerária brasileira ultrapassa 720 mil e há 564 mil mandados de prisão em aberto que se forem cumpridos, integralmente, exigirão a construção de, ao menos, mais 460 unidades prisionais. Jungmann disse que esse ritmo, se mantido, vai levar a uma situação insustentável.
As declarações foram feitas durante a cerimônia de inauguração da Penitenciária Federal de Brasília –a 5ª unidade federal de segurança máxima a funcionar no país.
O ministro defendeu a importância da aplicação de penas alternativas para punir os crimes de menor potencial ofensivo.
Jungmann também defendeu as medidas de ressocialização. Segundo o ministro, se o Estado não investir na ressocialização de presos, oferecendo a quem cumpre pena oportunidades de trabalho e estudo, continuará “simplesmente arregimentando soldados paras as facções criminosas”.
Segundo o ministro, cerca de 85% dos apenados não trabalham porque “não há investimentos” públicos para permitir que os presos se ocupem.
“Grande parte do sistema prisional [sob responsabilidade dos Estados] é um depósito de presos”, disse Jungmann, destacando que o trabalho não só tiraria os detentos da ociosidade como lhes permitiria ter uma fonte de renda.
“Para a segurança pública, isso seria muito importante pois, tendo alguma renda, o preso ficaria menos dependente das facções criminosas”, completou.
Sobre críticas às medidas e a necessidade da sociedade querer que se prenda mais pessoas, o ministro disse que “a responsabilidade da sociedade não acaba quando coloca-se alguém para dentro do sistema prisional”.
“Pagaremos 1 alto custo social se não atentarmos para a necessidade dos presos trabalharem, terem renda e estudarem; para a importância da ressocialização e para [o fato de que] os que aqui entram um dia voltarão às ruas”, disse.
(com informações da Agência Brasil)
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