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APURAÇÃO: A ilusão da pesquisa estimulada pode transformar líderes em perdedores

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Quando não existiam urnas eletrônicas, as pesquisas eram realizadas prioritariamente pelo método estimulado

Pesquisa é coisa séria, seja eleitoral ou não. E elas estão perdendo terreno rapidamente diante das assimetrias sociais, políticas e econômicas além, é claro, das evidentes manipulações. Steve Jobs, o gênio da Apple, detestava pesquisas. Afirmara que, se tivesse feito pesquisa, nunca teria criado o iPhone. Bem, as eleições estão aí, e nas pesquisas quantitativas, que são as mais badaladas e desejadas pelos candidatos, há uma armadilha histórica que transformou-se em autoengano.

Para quem não sabe, o autoengano é uma armadilha mental aonde a pessoa considera verdadeira uma informação que é falsa ou que mascara a realidade. Políticos adoram o autoengano e o projetam para os eleitores, na esperança de que o seu engano possa enganar o outro também. Vamos ver como isso funciona nas pesquisas eleitorais?

 

Quando não existiam urnas eletrônicas, as pesquisas eram realizadas prioritariamente pelo método ESTIMULADO, ou seja, eram apresentados os nomes dos candidatos e o eleitor fazia a sua escolha. Isso era comum no passado, quando na eleição eram apresentadas as cédulas de votação em papel com os números, nomes dos candidatos e respectivos partidos (veja imagem acima, da cédula de votação para presidente em 1994). Desse modo, eleitores eram “estimulados” – na pesquisa e na eleição – a decidir a partir de uma lista de nomes, algo bastante prático e também indutivo, ou seja, provocava o eleitor a fazer uma escolha diante das opções oferecidas. Com o advento da urna eletrônica isto acabou.

Os nomes dos candidatos não aparecem na tela da urna e o eleitor tem que saber, com antecedência, quais os candidatos da sua preferência para digitar os respectivos números. Assim, o eleitor tem diante de si uma pequena tela e deve teclar, primeiro, o número do seu candidato a deputado federal (4 dígitos), em seguida deputado estadual (5 dígitos), depois senador (3 dígitos), suplente de senador (3 dígitos), governador (2 dígitos) e presidente (2 dígitos). A cada candidato o eleitor digita CONFIRMA, ou corrige se errou ou vota em branco. Fica absolutamente claro e transparente, que a pesquisa estimulada não tem valor sustentável diante dessa realidade, uma vez que ela não representa, de fato, uma simulação. Mas, há quem goste de enganar-se ou enganar outros.

 

A PESQUISA ESPONTÂNEA

Mas, porquê a pesquisa espontânea não é divulgada com estardalhaço pela mídia, do mesmo modo que a estimulada? Simplesmente porque os resultados da espontânea são BEM DIFERENTES da estimulada. Somente a espontânea tem o poder de fundamentar de modo inequívoco a realidade da intenção de voto do eleitor, e esta realidade é a que cerca de 800 mil eleitores vão enfrentar no próximo dia sete de outubro em Rondônia.

O IBOPE¹ divulgou ontem sua última pesquisa para o Governo do Estado. Mantém a liderança na ESTIMULADA o candidato Expedito Júnior (32%). Entretanto, quando vemos a ESPONTÂNEA, o candidato perde quase 50% dos votos, ficando com 17%. Considerando ainda sua taxa de rejeição (19%), fica bastante claro que o foguetório que Expedito e sua trupe anda espalhando, é muito perigoso. Sua taxa de risco é consistente, ainda que tenha fortes chances de ir para o segundo turno. Mas não será moleza não, como querem apregoar seus servidores mais próximos.

Cerca de 50% dos eleitores ainda não definiram candidatos e as taxas de brancos, nulos e abstenção serão tão altas que, se fossem validadas, elegeriam um presidente ou governador no primeiro turno. O velho cavalo paraguaio de Expedito ainda não morreu, mas pela espontânea o pangaré dá sinais de que não vai chegar bem até o final. Segundo turno, claro. Como sempre.

 

PROCESSO DE VOTAÇÃO FOI MODIFICADO

Para tornar as coisas mais difíceis do que já estão para candidatos e eleitores o TSE, com seu poder normativo, modificou o processo de votação. Antes, aparecia primeiro o candidato a deputado estadual, agora é o federal. A prioridade de apresentar a sequência de candidatos da eleição proporcional, segue o histórico de votação desde a cédula de papel, quando eram apresentados, primeiro, os candidatos da proporcional, pois o interesse maior do eleitor sempre foi pelos candidatos da majoritária, de senador, governador e presidente.

Desse modo, para fazer as escolhas da majoritária, o eleitor deve, primeiro, fazer as escolhas da proporcional. Mais ainda, se o eleitor – desavisado ou não – digitar apenas os dois dígitos do seu candidato a presidente na tela do candidato a deputado federal, e teclar CONFIRMA, o voto será computado como sendo de legenda para o respectivo partido ou coligação do deputado.

Para o Senado, a situação ficou complicada, porque o eleitor deve escolher, obrigatoriamente, dois candidatos diferentes, caso contrário o voto para senador será considerado nulo. Raros eleitores sabem disto. A realidade é uma só: na urna eletrônica, sem cola não se fará escola. E o que tenho visto  de inúmeros candidatos são colas complicadas demais para cérebros de menos. Outubro promete.

 

Pesquisa IBOPE: 

Registro no TRE: RO-00295/2018

Registro no TSE: BR-05366/2018


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