TIZIU E CARLOS MAGNO - Duas histórias, dois destinos

Jidalias dos Santos Pinto, o Tiziu, e Carlos Magno Ramos, são dois personagens de Rondônia oriundos da última onda colonizadora das décadas de 70 e 80. O primeiro fincou pé em Ariquemes, no Projeto de Colonização Marechal Dutra, do Incra. O segundo, se estabeleceu em Ouro Preto que, literalmente, ajudou a criar. Ambos de origem simples e até humilde.

O Tiziu sabe o que é cabo de foice, enxada e coice de motosserra. O diploma destas tecnologias eram os calos nas mãos, aparados a canivete amoladíssimo. Trabalhava na roça com a família até vir para a cidade de Ariquemes e, com outro parceiro, se iniciar no conserto e manutenção de motocicletas.

Tiziu e Ceguinho, o parceiro, transformaram a pequena oficina na maior revendedora de motocicletas de Ariquemes, em seguida de Rondônia e, por fim, do Brasil. Aproveitaram a boa onda do Garimpo de Casseterita do Bom Futuro, que eclodiu no município e bamburrou muita gente dentro e no entorno das minas. E se transformaram em megas empresários da Região do Vale do Jamari.

Daí para a política foi só um passo para Tiziu. Virou deputado estadual, líder da bancada do governo na Assembleia Legislativa e enterrou um segundo mandato certo, ao sair candidato a vice-governador num chapa suicida. Amargou por oito anos o ostracismo pelo erro cometido. Mas deixou boas lembranças e boas marcas por onde passou.

Agora, vem bem colocado entre os pretendentes a uma das oito cadeiras de deputado federal. Conquistou apoios de setores importantes no estado que estão dando bons frutos. Se confirmado, o estado e especialmente o Vale do Anari e Ariquemes, terão um representante para chamar de seu. O resto, após a dura lição, ele dará conta.

Carlos Magno, técnico agrícola e ex-extensionista do Incra, iniciou sua vida nas terras de Rondon, palmilhando as matas de facão na mão, botas surradas nos pés, procurando marcos perdidos nas matas que só apareciam nos mapas, para assentar os primeiros colonos em Ouro Preto.

Mesmo assim, arregimentou colegas da categoria e fundou a Associação dos Técnicos Agrícolas de Rondônia. Contou com o apoio do deputado federal Francisco Sales, de Ariquemes, que conseguiu a aprovação, na Câmara dos Deputados, da lei de regulamentação profissional dos técnicos agrícolas do país. Foi sua primeira vitória política.

De lá pra cá, Carlos Magno consolidou sua marca na política partidária. Foi prefeito de Ouro Preto, cidade que ajudou fundar e construiu uma das mais belas praças de Rondônia. Foi diretor do Incra, o órgão que o acolheu nestas terras do Norte.

Nesse caminho, foi secretário de estado da agricultura, deputado estadual como Jidalias e Chefe da Casa Civil do Estado. Foi ainda, deputado federal e candidato a vice-governador, derrotado nessa empreitada.

O jovem técnico agrícola das botas surradas e chapéu amassado, caminhou bastante até aqui. Já emadurecido, enfrenta duas batalhas: provar sua inocência na Operação Dominó e alavancar sua caminhada rumo a uma das duas cadeiras do Senado da República após oito anos, como Jidalias, de silêncio político.

Os dois personagens – Tiziu e Carlos Magno – são destemidos pioneiros já definitivamente inseridos na história do Estado de Rondônia, independentemente dos resultados das urnas em 7 de outubro próximo. Um estado que ambos, por seus meios, ajudaram a fundar e consolidar.

Fonte: notíciastudoaqui.com