RONDÔNIA INSEGURA – Até Forças Especiais vigiam presídios no estado

Rondônia está utilizando efetivos das Forças Armadas e recebeu, dias atrás, contingentes da Força Nacional, autorizados pelo Ministério da Justiça por um período prorrogável de 15 dias. Inclusive o aumento da tropa, obedecendo a critérios prévios de planejamento.
O objetivo principal das Forças Especiais é garantir a segurança da Penitenciária Federal de Porto Velho que guarda parcela dos criminosos mais perigosos do Brasil. Entre eles, Marcos Willians Herbas Camacho, o ‘Marcola’, que chegou semana passada, além de uns oito do próprio estado.
Com mais de 11 mil presos em suas 53 unidades e uma população de 1 milhão 749 mil habitantes, Rondônia é dos estados brasileiros que mais prendem e encarceram pessoas no país. Fazendo fronteiras com a Bolívia, juntamente com Mato Grosso e Acre, é corredor de tráfico de drogas e contrabando de armas e roubos de carros que entram e saem do Brasil.
Os criminosos
Estas atividades trouxeram as grandes organizações criminosas para Rondônia e a Amazônia de forma geral. Comando Vermelho, PCC e as derivadas destas, estão presentes no dia-a-dia da população através de sua capilar rede de negócios criminosos.
Mas, como no resto do país, também estão no comando das populações penitenciárias de onde exercem o poder e a dominação sobre os de dentro e os de fora dos muros dos presídios.
São cinco os estados brasileiros com maior índice de encarceramento. Quatro são da Região Norte. E Rondônia é um deles. Os outros são Amazonas, Acre e Roraima. Como se observa, o crime tomou conta da Amazônia.
Presídio Federal
A opinião geral no estado é que a construção da Penitenciária Federal de Porto Velho, inaugurado em 2009, tirou criminosos periculosos do Rio de Janeiro e São Paulo, os afastou dos amigos, parentes e parceiros destes grandes centros, mas lhes apresentou Rondônia com amplas fronteiras desguarnecidas com a Bolívia e os estados amazônicos fazendo fronteiras livres com o mundo.
Advogados, parentes, amigos e olheiros, não demoraram para descobrir o crescimento econômico e populacional destes estados amazônicos. E, partir daí, mapearam um mercado enorme e de baixo risco, para ser explorado. Algo desconhecido até a chegada da cadeia federal.
Hoje o crime, em todas as suas modalidades, vinculadas ao tráfico e contrabando de armas e bens, tomou conta do estado de Rondônia e virou escola para o banditismo doméstico.
A droga, e suas consequências nefastas, saiu das cidades e invadiu o meio rural. Nas áreas urbanas as famílias não sentam mais nas calçadas de suas casas. Na roça, não dá mais para dormir de janela aberta. As chácaras, antes tão desejadas, se transformaram em ambientes perigosos para morar e viver.
Os bandidos estão em toda parte e a toda hora. Eles contam com ruas tão danificadas que a polícia não entra; sabem que existe pouca polícia e que estes encontram muitas dificuldades materiais para trabalhar; sabem que as leis os protegem e que a justiça é lenta. E fronteira é ali do lado. Então, tudo lhes é favorável.
Por isso, a presença de forças especiais em Porto Velho, para garantir que os presos continuem presos. Só a segurança interna não segura mais.
Já nas 53 unidades prisionais do estado, o Urso Branco(abaixo) é a maior delas, os bandidos nem esperam ser resgatados por suas facções. Eles simplesmente fogem. Vão embora, viver criminosamente explorando a sociedade. Sabem que a chance de serem recapturados é pequena.
Eles e nós sabemos que o estado não tem capacidade sequer de cumprir os mandados de prisão expedidos pela justiça. Não têm efetivos e nem onde guardar presos. Nosso déficit aponta duas pessoas para uma vaga. Ou seja, faltam presídios para guardar os que precisam ser retirados da sociedade. Esse é mais um ponto em favor do crime. E contra nós.
Fonte: Noticiastudoaqui.com