Polícia investiga se espada samurai era usada para arrancar coração de rivais da milícia

Arma apreendida nesta quinta-feira estava escondida debaixo da cama de um dos alvos de busca e apreensão da investigação
Uma espada samurai foi apreendida durante a megaoperação realizada nesta quinta-feira em vários pontos do Rio, Niterói, São Gonçalo, Itaboraí e Rio Bonito para cumprir 74 mandados de prisão contra um grupo paramilitar ligado ao ex-PM e miliciano Orlando Oliveira de Araújo, o Orlando Curicica — preso desde outubro de 2017.
A polícia investiga se o objeto era usado para decapitar e arrancar o coração dos desafetos do bando. A espada estava escondida debaixo da cama de um dos alvos de busca e apreensão da investigação.
A milícia de Itaboraí agia com crueldade contra seus desafetos. Um mototaxista teve o coração arrancado pelos milicianos após ter sido morto. O grupo paramilitar acreditava que o homem teria dado informações a traficantes sobre um dos integrantes do bando, Wanderson da Silva Oliveira, de 25 anos, o Júnior ou Juninho, que foi morto em março passado.
Policial chega com espada samurai à delegacia
De acordo com a titular da Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí (DHNSGI), a delegada Barbara Lomba, os milicianos esquartejaram o homem para demonstrar o poder da quadrilha. "Há dentro da estrutura do grupo quem pratique os homicídios, os chamados matadores... normalmente são as mesmas pessoas que executam os homicídios", a delegada detalha. "Durante as investigações, essa pessoa, que está foragida, aparece mais frequentemente como o autor dos homicídios da quadrilha".
'FRANQUIA' DE ORLANDO CURICICA
O grupo que age é Itaboraí funciona como uma espécie de "franquia" do miliciano Orlando Oliveira de Araújo, o Orlando Curicica. Durantes as investigações, a polícia descobriu que o bando usa de muita crueldade durante seus crimes. "Alguns deles (dos milicianos) foram indiciados e presos também por crime de tortura", acrescenta o delegado responsável pelas investigações, Gabriel Poiava Martins.
Os milicianos estariam por trás de diversas mortes e desaparecimentos. Em um primeiro momento, os desafetos do grupo eram mortos e seus corpos deixados à mostra. Por conta das diversas investigações da DHNSGI, o bando passou a matar e desaparecer com os corpos. Alguns milicianos se passavam por policiais civis para praticar os crimes.
Fonte: Meia Hora Por Maria Inez Magalhães
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