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Slim anuncia a Bolsonaro investimento de R$ 11 bi por ano no Brasil

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O empresário é dono de um império global que inclui a operadora Claro

 

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - Em encontro com o presidente Jair Bolsonaro nesta quarta-feira (20), Carlos Slim Domit, herdeiro do bilionário mexicano Carlos Slim, dono de um império global que inclui a operadora Claro, reclamou da proposta inicial do leilão de 5G e apresentou um plano de investimentos anuais de R$ 11 bilhões nos próximos três anos no país.

Segundo a revista Forbes, Slim tem uma fortuna estimada em US$ 64 bilhões, o equivalente a 6% do PIB do México.

Pela empresa no Brasil, participaram o presidente da Claro Brasil, José Félix, o diretor jurídico, Oscar Peterson, e o vice-presidente de relações institucionais, Fábio Andrade, que integra o Conselho de Comunicação Social da Presidência da República.Na conversa, o filho de Slim disse que o grupo deve investir pelo menos R$ 11 bilhões no país no próximo ano, sem contar a recente compra da Nextel, por R$ 3,5 bilhões, e que ainda aguarda a aprovação do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).

Também não incluiu os desembolsos caso o leilão da telefonia 5G ocorra no segundo semestre do próximo ano, como previsto pelo governo. No ano passado, a empresa anunciou investimentos de R$ 8,8 bilhões, pelo menos 25% abaixo do patamar previsto para 2020.

Carlos Slim Domit disse à reportagem que a ideia é investir, em média, outros R$ 11 bilhões  por ano até 2022, quando terminam os compromissos de instalação da rede 4G. Pessoas que participaram da reunião afirmam que a Claro disse ser inoportuna a realização do leilão 5G em 2020.

O ideal, para as teles, seria que ocorresse em 2021. Isso porque as empresas ainda têm compromissos de expansão do serviço 4G. Pela lógica de investimento, não será possível ter 5G onde hoje não existe 4G. A rede de quinta geração exigirá cerca de 15 vezes mais antenas e muito mais capacidade de escoamento de dados pelos cabos que interligam centrais.

Apesar disso, o grupo de Slim afirmou que participará do leilão, mesmo que seja realizado no próximo ano. No entanto, fez críticas ao modelo inicialmente previsto pela Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) para o certame que, segundo as teles, prevê um limite baixo de frequências (cerca de 50 MHz) por empresa.

Além disso, ainda segundo o que foi discutido com Bolsonaro, a proposta em estudo impediria que as empresas fizessem lances específicos para os blocos de frequência que pretendem arrematar. Os lances seriam entregues e, de acordo com cada um deles, a Anatel destinaria os blocos para as vencedoras. No leilão, a agência vende o direito de cada operadora explorar determinadas faixas de frequências, que são como avenidas exclusivas no ar por onde as teles fazem trafegar seus sinais.

Até hoje, as empresas fizeram lances por blocos de frequências previamente conhecidas. Esse modelo, no entanto, já está sendo debatido pela Anatel. A proposta inicial foi apresentada pelo conselheiro relator do caso, Vicente Aquino.Como as decisões da agência são colegiadas, é possível que seja modificado, antes de ser submetida à consulta pública.A agência ainda aguarda as diretrizes do Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, para ajustar o edital.

Ainda não se sabe, por exemplo, o que o governo pretende com a política de investimentos pelas operadoras que vencerem o leilão.Se as empresas terão, por exemplo, de destinar mais recursos ao reforço das centrais de dados em cada município ou se ampliarão a capacidade das redes existentes.

Também é incerto se haverá algum tipo de restrição a fabricantes de equipamentos que fornecerão antenas e centrais para as teles instalarem a rede 5G.

Como revelou o Folha de S.Paulo, hoje, existe uma pressão dos EUA para que o Brasil impeça a atuação da chinesa Huawei, líder na tecnologia 5G no mundo. Na manhã desta quarta, na entrada do Palácio do Alvorada, Bolsonaro disse que o governo busca uma combinação entre melhores recursos técnicos e preço baixo na oferta do serviço 5G no país.

"Nós vamos atrás da técnica e do preço", disse. "Nós fazemos comércio com o mundo todo, tem mais empresas habilitando também. O que for melhor para o Brasil tecnicamente e financeiramente a gente embarca nessa", acrescentou o presidente.

 


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