Record TV conquista prêmio internacional Rei da Espanha
Emissora venceu com a reportagem sobre a perigosa viagem de imigrantes que tentam chegar até a fronteira dos EUA a bordo do trem La Bestia
Da esq. para dir.: Rafael Ramos, Renata Garofano, Romeu Piccoli, Gustavo Costa, Pablo Toledo, Natália Florentino e Mateus Munin |
A Record TV venceu nesta sexta-feira (14), pela terceira vez, um dos mais prestigiados prêmios do jornalismo mundial e o maior das línguas espanhola e portuguesa, o Rei da Espanha, na categoria televisão, com a reportagem A Besta – Episódio 1 e Episódio Final, que foi ao ar no Câmera Record, em 2019.
O documentário concorreu com 206 trabalhos de 17 países numa edição que apresenta o número recorde de dez categorias. Antes, a emissora já havia conquistado o troféu em 2019 com Piratas da Amazônia, no mesmo programa, e em 2016, com As Eternas Escravas, do Repórter Record Investigação.
Depois que a matéria foi gravada, o repórter Romeu Piccoli, do núcleo de reportagens especiais da Record TV, contou em entrevista ao R7 que a viagem foi "perturbadora". "Foi a viagem mais difícil e tensa que já fiz", disse o jornalista que, ao longo de 25 anos de profissão, já entrevistou traficantes, entrou em plantação de coca das Farcs e realizou tantas outras matérias perigosas.
Jornalistas e meios de comunicação de Colômbia, Brasil, Bolívia, Portugal e Espanha foram escolhidos para receber o Prêmio Internacional de Jornalismo Rei da Espanha de 2020, que reconhece o trabalho dos repórteres ibero-americanos.
O prêmio, outorgado pela Agência EFE e a Agência espanhola de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento (AECID), está em sua 37ª edição e destaca trabalhos que têm como tema direitos humanos, migrações, feminicídios, crise climática ou diversidade sexual.
O repórter Romeu Piccoli no La Bestia
Os organizadores justificaram a escolha destacando algumas das qualidades do documentário. “O trabalho permite conhecer 'por dentro' a crise humanitária, a miséria e as dificuldades de mães, filhos e migrantes, como Héctor, que teve uma das pernas amputadas na viagem no La Bestia”.
Ainda foi valorizada a engenhosidade da equipe, obrigada a gravar em condições bastante adversas. “As gravações são feitas com cuidado, apesar das dificuldades de filmar. Eles usam drones que mostram a rota ferroviária e filtros de gravação noturna, em uma montagem engenhosa que traz agilidade ao desenvolvimento narrativo. O trabalho de pós-produção permite localizar a rota e introduzir fotografias de arquivo que dão ao trabalho uma grande uniformidade”, afirma o comunicado enviado à Record TV.
A entrega do prêmio será realizada pelo próprio rei da Espanha, Felipe 6º, em uma cerimônia em Madri, no dia 23 de março.
Imagens do trem La Bestia
Sobre a reportagem
A reportagem mostrou a dimensão do drama de imigrantes dispostos a tudo, inclusive a morrer, na busca de uma vida digna em solo norte-americano. A equipe do Câmera Record acompanhou famílias, durante 21 dias, que atravessaram a América Central clandestinamente, fugindo da miséria e da violência de grupos armados, rumo à terra do Tio Sam.
Uma viagem longa e perigosa no chamado Trem da Morte, ou La Bestia. A cada ano, 150 mil pessoas desafiam a morte sobre seus trilhos e 1.300 morrem no caminho ou são mutiladas, segundo o Instituto Nacional de Imigração Mexicana. O programa foi exibido em dois episódios, nos dias 7 e 14 de julho de 2019.
Além de mostrar a perigosa saga, o programa entrevistou autoridades e organismos internacionais que analisam o fluxo migratório na região e no mundo.
Na viagem de quase um mês, a equipe descobriu que, antes de embarcarem no trem, os migrantes têm de atravessar um rio, em balsas improvisadas, da Guatemala para o México.
Os salvadorenhos César e o sobrinho caminharam durante cinco dias até a fronteira entre os dois países com apenas uma mochila. Nela, uma troca de roupa para cada um. Estavam exaustos e famintos. "Pra gente é um sonho chegar nos Estados Unidos, Deus vai nos ajudar, queremos trabalhar e ter uma vida melhor, só isso", conta.
A rota migratória deixa marcas profundas nas famílias que ficam. Muitos migrantes desaparecem no meio do caminho ou são sequestrados por cartéis mexicanos. Centenas de pessoas aguardam notícias dos parentes que partiram, com a roupa do corpo, em busca do sonho americano.
Marco Antonio era motorista, mas o salário era corroído pelo imposto de guerra cobrado pelas gangues de Honduras. "Por causa das extorsões e dificuldades que passava em Honduras, ele resolveu ir para os Estados Unidos no dia 22 de fevereiro de 2013", relata a mãe. De lá pra cá, Maria Eliza Castro não teve mais informações do paradeiro do filho.
Os jornalistas Romeu Piccoli, Henrique Beirangê, Michel Mendes, Fabiana Vilella, Mateus Munin, Natália Florentino, Gustavo Costa, Lucas Mioni, Pablo Toledo, Rafael Ramos, Rafael Gomide e Renata Garofano participaram da produção da reportagem.
Veja a reportagem especial exibida pelo Câmera Record.
Programa exibido em 7 de julho de 2019:
Programa exibido em 14 de julho de 2019:
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