![]() |
Mais uma vez Rudney Prado apresenta, com aguda sensibilidade, a sua arte. Contemporâneo, reage ao mundo que lhe cerca. E o traduz com criatividade através da música, da comunicação publicitária, da crônica e da poesia. É um cangaceiro de muitas armas.
Rud, como é conhecido, nos surpreende, agora, com um poema interpretado pelo destacado ator Paulo Beti. Nele, autor e ator se encontram e nos encantam com elevado momento de sonho e enlevo.
Em “De Repente”, Rud comprova que esgrime a pena com a mesma maestria com que um cangaceiro esgrimia seu punhal. Direto no coração.
Veja o poema e o ouça na competente interpretação do ator global Paulo Beti a seguir:
DE REPENTE
De repente vejo a mão cega
Que me conduziu ao que não sou.
Agora está claro:
foi preciso que se fizesse treva no peito
para que tateasse a vida pulsante.
Foi preciso que faltasse oxigênio,
que o pulmão espumasse,
Para que aprendesse a respirar.
Foi preciso que se fechasse todas as portas,
Todas as janelas, para que se abrissem
a mente e o coração.
Foi preciso que o sonho se despedaçasse,
para que juntasse todas as forças no caco que sobrou.
De repente, não vejo mais a sombra da dúvida
que turvava o horizonte.
Agora me guio pelos sons do rio que corre n’alma.
Pleno de hoje, sigo o caminho das borboletas matinais,
que não terão amanhã.
De repente, abro os olhos,
a vida desabrocha para mim.
E eu para ela.
Fonte: noticiastudoaqui.com