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PURA ARTE - Toquinho e Sinfônica Pop Arte Viva homenageiam vítimas da COVID-19

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Músico e orquestra gravaram (a distância) apresentação com clássicos da MPB para celebrar o renascimento da música e homenagear os mortos pela pandemia, segundo diretor

 

Regida por Amilson Godoy, a Orquestra Sinfônica Pop Arte Viva se uniu ao cantor, compositor e violonista Toquinho para uma apresentação virtual interpretando clássicos da MPB. Respeitando os protocolos de distanciamento social, a gravação foi feita separadamente, com o objetivo de preservar os músicos e a equipe de filmagem, coordenada pelo cineasta Tiago Godoy. Essa  é a primeira apresentação do maestro e da Sinfônica Pop Arte Viva durante a pandemia do novo coro- navírus. Voltado para a plateia, e não para os músicos, como é de praxe, o maestro regeu sozinho no palco, com seus instrumentistas a distância.

Pianista e arranjador, além de maestro, Amilson Godoy criou a Orquestra Sinfônica Pop Arte Viva há quase 30 anos, com o objetivo de unir o erudito ao popular. Godoy também é fundador da Jazz Sinfônica e do Bossa Jazz Trio, com o qual excursionou com a cantora Elis Regina (1945-1982) pela Europa e América. 

Os músicos da Sinfônica Pop Arte Viva, fundada há 27 anos, também gravaram vídeos individualmente, respeitando o distanciamento social

“Comecei a trabalhar com Elis no programa O fino da bossa (TV Record, 1967) e tive o privilégio de ir com ela em sua primeira temporada na Europa, quando tocamos, em 1968, no Olympia de Paris. Trabalhei com ela de 1966 até 1968”, conta.

Junto dos irmãos Amilton e Adilson, o caçula Amilson aprendeu a tocar piano quando criança. “Fui influenciado por eles (os irmãos mais velhos) no início, mas o aprendizado que tinha ainda criança era voltado para a música erudita. Cheguei até a fazer alguns concertos com orquestras filarmônicas. Embrenhei-me pela música popular ainda cedo, quando a MPB estava começando. Tínhamos uma turma de amigos que era formada por Toquinho, eu com o Bossa Jazz Trio, e Chico Buarque, entre outros.”

Toquinho afirma que o método de gravação foi trabalhoso, mas avalia que a qualidade do som alcançada é semelhante à de um disco

REPERTÓRIO O maestro diz que desde os anos 1960 tinha o objetivo de abrir espaço para novos compositores, além de promover o diálogo entre os universos da música popular e da erudita. “Minha ideia era buscar repertórios diferenciados, porém com o maior respeito aos grandes mestres. Ao mesmo tempo, queria levar a riqueza musical erudita para a música popular, com o intuito de atuar na formação de plateias, ou seja, mostrar uma música popular diferenciada e rica.”

A partir dos anos 1970, o pianista e arranjador passou a trabalhar como diretor musical na TV, posto que ocupou no Vila Sésamo de 1972 a 1977, mas sem abandonar seus projetos de formações orquestrais. “Cheguei a montar um grupo sinfônico que atuou, já na década de 1990, num projeto chamado Brasil Musical, que foi uma revolução na música instrumental brasileira.”

A apresentação da Orquestra Sinfônica Arte Viva com Toquinho foi uma oportunidade de o maestro voltar a se aproximar de um artista popular que admira. “Ele é um músico completo, toca muito bem e já traz as ideias e arranjos de como quer que tudo seja feito. O repertório foi bolado por nós dois.”

Disponível no canal do YouTube da orquestra, a apresentação é entremeada por entrevistas com Godoy e Toquinho, que contam detalhes da parceria, iniciada quando ambos ainda estavam no início da carreira. “Começamos juntos”, diz Godoy. 

Para o maestro e arranjador, quando a plateia está presente, há uma energia diferente. “Por outro lado lado, você traz dentro de si o espírito da regência. A interpretação está dentro do maestro. É você com o seu interior. O trabalho do músico é sempre muito solitário.”

Toquinho diz que ficou “contente com o resultado. E foi uma satisfação enorme trabalhar mais uma vez com meu amigo. Fazer qualquer coisa musical com Amilson é sempre tranquilo, pois é um grande pianista, um grande arranjador e um grande maestro”.

Além disso, acrescenta o cantor e compositor, o maestro “é também um grande amigo”. Ele conta que na época em que Godoy tinha o Bossa Jazz Trio costumava acompanhar diversos músicos, ele inclusive. “A amizade ficou mais forte e ele acabou vindo tocar comigo. Mais tarde se tornou um grande arranjador. Aliás, ele fez uma série de arranjos para mim, com adequação para orquestra sinfônica. E esses arranjos são mais ou menos os que tocamos nessa live.”

Tiago Godoy afirma que a ideia era respeitar o distanciamento social. “Não só respeitá-lo, mas também as pessoas que morreram nessa questão. A ideia de gravar o maestro sozinho no palco é para mostrar esse renascimento da música, que foi renegada nos últimos meses. Demorou  um pouco para acharmos qual seria o melhor formato, mas a ideia era mostrar a unidade da orquestra e o maestro, em uma cena meio melancólica, mas respeitosa com as pessoas que já se foram.”

CLÁSSICOS POPULARES

Confira o repertório do show

  •  1-  Aquarela do Brasil (Ary Barroso)

  •  2- Chega de saudade (Tom Jobim/Vinicius de Moraes)

  •  3- Tarde em Itapuã (Toquinho/Vinicius de Moraes)

  •  4- Eu sei que vou te amar/E por falar em saudade (Tom/Vinicius/Toquinho e Vinicius)

  •   5- O bem amado (Toquinho/Vinicius de Moraes)

  •   6- Samba de Orly/Regra três (Chico Buarque/Toquinho/Toquinho e Vinicius)

  •   7- A casa / O caderno (Toquinho e Vinícius / Toquinho e Mutinho)

  •   8- Aquarela (Toquinho)

  •   9- O caderno (Toquinho)

  •  10- Chovendo na roseira (Tom Jobim) 

Fonte: Uai  


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