IRPF2021 exige devolução de auxilio emergencial recebido indevidamente
A pandemia provocou mudanças, inclusive na hora de prestar contas à
Receita. Na declaração do IRPF 2021 os beneficiários do auxílio
emergencial que receberam em 2020 mais de R$ 22.847,76 em rendimentos
tributáveis, terão de devolver. De acordo com Cláudio Affonso de
Andrade, delegado de Pessoas Físicas da Receita Federal em São Paulo,
em torno de 3 milhões de pessoas devem se enquadrar nessa situação.
“Esta é a forma que o governo encontrou para que as pessoas que,
segundo a lei, não deveriam ter recebido, devolvam o recurso ao
Estado”. Com relação ao prazo para entrega da declaração, até o
momento segue o prazo inicial, até 30 de abril.
Em relação ao modelo eletrônico, Andrade explica que no portal do
Centro de Atendimento ao Contribuinte Eletrônico (e-CAC), cujo acesso
pode ser feito com ou sem certificado digital, é possível baixar a
declaração pré-preenchida com informações de rendimento, despesas
médicas, operações imobiliárias. Também é possível acompanhar o
processamento da declaração, restituição, malha fiscal e retificações.
“Há ainda uma área com mais de 700 perguntas e respostas sobre imposto
de renda pessoa física”, ressalta o delegado.
De acordo com Andrade, caso o contribuinte obrigado a declarar tenha
recebido auxílio emergencial em 2020 e, por algum motivo, não informar
no imposto de renda, ao transmitir essa declaração, o sistema emitirá
um alerta. “Haverá então a opção de imprimir o darf relacionado ao
auxilio emergencial no próprio programa. E, se por algum motivo o
contribuinte discordar do alerta, é possível consultar no portal e-CAC
a situação no seu perfil.
A Receita Federal não envia link por e-mail ou SMS, nem pede dados
pessoais. Quem recebeu o benefício e tem dúvidas ou suspeita de
fraude, pode consultar nos sites
https://consultaauxilio.dataprev.gov.br/consulta/#/ ou
www.gov.br/cidadania/pt-br/servicos/auxilio-emergencial.
Dinâmica de investimentos para pequenas e médias
Apesar da crise macroeconômica, nunca houve tanto investimento
disponível no Brasil para empresas com alto potencial, firma Flávio
Málaga, sócio da Finted, plataforma educacional sobre tecnologia e
mercado financeiro. “Com as taxas de juros praticamente negativas,
investidores estão buscando alternativas para alocar recursos. Isso
tem relação direta com a indústria de venture capital private equity,
nunca antes tão ativa no Brasil. Quando perguntamos aos gestores
desses fundos o que eles precisam, a resposta é: bons projetos, porque
recursos temos de sobra”, explica.
Como pequenas e médias empresas podem se inserir nesse ecossistema?
Málaga diz que é preciso entender o processo e se preparar,
estruturando sua operação, gestão, práticas trabalhistas, fiscais,
financeiras e operacionais. “E também identificar quem são os
investidores que aplicam no seu segmento e quanto recurso financeiro
será suficiente, estudar como a empresa é precificada e expectativas
do seu negócio”, orienta.
Tendência da economia até 2022
“Com o sucesso do programa de vacinação nos Estados e o pacote de Joe
Biden de US$ 1,9 trilhão – já somado com o resultado de Trump –,
significa um expansionismo fiscal de US$ 5 trilhões, ou seja, o
mercado financeiro está antecipando um aquecimento na economia dos
Estados Unidos, de modo a suscitar inflação em torno de 2,4%”, explica
Roberto Dumas, professor de economia do Insper.
Enquanto isso, no Brasil, em consequência do risco do pais, o câmbio
segue depreciando, afirma Dumas. “Teremos recessão neste primeiro
semestre. E a notícia de que o ex-presidente Lula pode se tornar
elegível preocupa os mercados, o que deve impulsionar o câmbio,
refletindo na inflação. Então, o cenário que não era bom, está um
pouco pior para 2021”, alerta o professo
Inadimplência das empresas caiu 5,8% em dezembro de 2020, diz Serasa
A redução foi puxada pelas micro e pequenas empresas, que são a
maioria entre os negócios com dívidas em aberto no país no período. Os
empreendimentos de menor porte tiveram retração de 7,3% em relação a
dezembro de 2019, chegando a 5,4 milhões, o que representa 92,9% do
total de 5,8 milhões de negócios com contas atrasadas em dezembro de
2020. A participação do setor de serviços, um dos mais impactados
pelo período de distanciamento social, registrou alta entre os
inadimplentes, indo de 50,2% em dezembro de 2019 para 51,2% no último
mês do ano passado. O segmento se mantém como o que mais reúne
inadimplentes desde 2018. Já o comércio, que pode funcionar por meio
de vendas via internet, por exemplo, registrou queda. A indústria
manteve a representatividade, com 8,2%. Os dados são da Serasa
Experian.
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