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TESOURO ARQUEOLÓGICO - A Unir recebeu da Santo Antônio 300 mil peças resgatadas de 58 sítios arqueológicos desde o período pré-colonial

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Há registros de ocupações humanas de 10 mil anos na região conhecida hoje como Porto Velho. Artefatos foram resgatados dos canteiros de obras e entregues à Universidade Federal de Rondônia.

 

Aproximadamente 10 mil anos de história foram resgatados dos canteiros de obras da hidrelétrica Santo Antônio, em Porto Velho. No último final de semana, mais de 300 mil artefatos catalogados foram entregues à Universidade Federal de Rondônia (Unir) para pesquisas e conservação.

Os trabalhos começaram em 2008 durante os estudos para a construção da usina no Rio Madeira. Segundo o gerente de meio ambiente, saúde e segurança da Santo Antônio Energia, Guilherme Abbad, foram localizados 15 sítios arqueológicos do período colonial e republicano e 43 sítios do período pré-colonial.

"Muita gente trabalhou nesse processo, eram cerca de cinco equipes só de resgate. Depois teve o trabalho de laboratório, de limpeza e catalogação das peças", lembra.

Durante as pesquisas foi descoberto que alguns artefatos estavam relacionados a 10 mil anos de história do Rio Madeira. Além de vasos de cerâmica, urnas funerárias, instrumentos e adornos produzidos por indígenas, foram encontrados machados de pedra polida e até peças da época da instalação da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré.

Para a professora do departamento de arqueologia da Unir e curadora da reserva técnica arqueológica, Silvana Zuse, as descobertas mostram que a cachoeira de Santo Antônio foi ocupada por vários povos, com tecnologia e diversidade cultural.

Ela explica que a partir dos achados é possível afirmar que a história de Rondônia começa muito antes dos relatos das viagens dos europeus. Há indícios de ocupações de populações nômades, que viviam da coleta, pesca e caça há milhares de anos, na área que hoje é conhecida como Porto Velho.

"Esse material é bastante representativo da história de longa duração. Tudo é importante, aquele carvão coletado lá no sítio arqueológico e aparentemente pode não se destacar tanto, mas ele pode ser enviado para laboratório para datação. Tudo é importante! Até aquela semente que foi carbonizada e sobreviveu. Através dos estudos, a gente acaba conhecendo um pouco sobre a relação das pessoas com as plantas, por exemplo", diz a professora.

Atualmente o material foi levado para a Unir e fica sob responsabilidade do Departamento de Arqueologia, onde continuam as pesquisas para construção da narrativa histórica da região. Posteriormente devem acontecer exposições para a comunidade em geral e disponibilização das peças para pesquisa de estudantes da universidade, professores e profissionais de demais instituições.

Veja fotos da chegada dos materiais na Unir

(G1)


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