MÚSICA RAP - Lil Nas X faz rap afrontoso e pop redondo em ‘Montero’, melhor álbum do ano até agora; G1 Ouviu
Cantor que foi encarado como piada no hit country-rap 'Old town road' ri por último e mostra no álbum de estreia que nunca foi sorte, sempre foi talento para fazer pop cativante e versátil.
"Estou tentando transar, cara, dane-se o
papinho", canta Lil Nas X em "Scoop", música do seu álbum de estreia. "Montero" todo é assim: direto. Numa era de álbuns conceituais, pretensiosos e infinitos, o conceito aqui é não torrar a paciência do ouvinte e cantar rap afrontoso com pop redondo.
Nunca foi sorte, sempre foi talento
Com 15 faixas em pouco mais de quarenta minutos, o rapper ri por último na cara de quem achou que ele seria só uma piada de curta duração com o hit de country-rap "Old town road", de 2018. Não era um fenômeno acidental. Ele mostra que domina a alquimia do pop como poucos atualmente.
O título vem do nome real do rapper, Montero Lamar Hill. Na primeira faixa, também chamada "Montero", ele canta sem rodeios sobre sua homossexualidade. No clipe, ele compra briga com a igreja e até com a Nike. Há afronta e bom humor - mas, musicalmente, a coisa é séria.
Concentrado
Os versos confessionais impressionam em "Dead right now". O tema é batido no rap: pessoas falsas que não davam moral antes do sucesso. Mas ele inclui até os pais na lista e diz que a mãe nunca a amou - entre os passionais MCs de hoje, difícil achar algo tão tocante e bem narrado.
Tem muito rap firme com refrão matador - ou seja, ele sabe bem o caminho de "Old town road". E tudo direto, sem enrolação: o riff arrasador de "Industry baby" e as parcerias pesadas com Doja Cat em "Scoop" e Megan Thee Stallion em "Dollar sign slime".
Ele oferece em versão concentrada o que seus colegas Drake e Kanye West pingaram em doses diluídas nesse ano. E tem uma versatilidade impressionante: de piano de Elton John a guitarra emo; de rap eufórico a pop delicado.
Versátil
"Montero" é uma revelação atrás da outra. Por exemplo: "That's what I want" parece The Smiths tocando "Hey Ya!", do Outkast. "Sun goes down" e "Void" têm vocal forte e ao tempo vulnerável a serviço de canções comoventes ("Ultimamente me sinto pequeno como o sal no mar", ele canta).
"Lost in the citadel" poderia ser tanto um hit de punk pop nos anos 2000 como de synthpop nos anos 80. "One of me" tem o tal piano de Elton John e uma cara de punk pop. A roupagem emo é ainda mais explícita na guitarra de "Life after Salem".
Ainda há baladas com base em violão dedilhado: as belas "Tales of Dominica" e "Am I dreaming", faixa de encerramento, com Miley Cyrus. Ainda faltam três meses em 2021 para alguém lançar um disco melhor, mas vai ser difícil.
(G1)
Noticias da Semana
* AVANÇA A NARRATIVA DE ESQUERDA - PEC do fim da escala 6 X 1 alcança assinaturas necessárias
* GUERRA AOS 'GATOS' - Grande operação combate ligações clandestinas de energia e água na capital
* SOCORRO VICIANTE LIBERADO - Caixa paga Bolsa Família a beneficiários com NIS de final 2
* TÁ RUIM E PIORANDO MAIS - Mercado financeiro eleva previsão da inflação de 4,62% para 4,64%
* SÓ PETISCA QUEM ARRISCA - Mega-sena não tem ganhadores e prêmio vai para R$ 14,5 milhões
* ÁGUAS DÃO FIM À SECA-BRAVA - Rio Machado já se aproxima dos oito metros nesta semana
* JOGOS DE HOJE (18/11/24) - Onde assistir futebol ao vivo e horários das partidas
* COMIDA NA BOCA DE 500 MILHÕES - G20 começa com desafios da taxação de super-ricos e combate à fome
* ATOS DE PREVENÇÃO - Energisa orienta trabalhadores rurais sobre segurança com a rede elétrica
* MINHA SORTE HOJE - Confira a previsão de hoje (18/11) para seu signo