RETA FINAL - Começaram dia 10 a última etapa das obras de revitalização do Complexo Madeira Mamoré para ser inaugurado este ano. Veja o histórico!
Reformas iniciaram em 2019 e têm previsão de serem concluídas nos próximos quatro meses, em Porto Velho. Reinauguração está prevista para ocorrer neste ano.
As obras no complexo Estrada de Ferro Madeira Mamoré (EFMM) entraram em fase de finalização neste mês de fevereiro , após um novo convênio ser assinado entre prefeitura de Porto Velho e Usina Santo Antônio Energia (SAE). A reforma já dura 4 anos.
Segundo a prefeitura capital, um edital para selecionar a empresa que ganhará a concessão e administração da EFMM está em tramitação. A inauguração do complexo deve acontecer depois da divulgação do edital e da escolha da empresa vencedora, ainda neste ano.
O processo de revitalização da EFMM é responsabilidade da prefeitura desde 2018, mas acontece como parte da compensação social da Usina Santo Antônio Energia. A companhia havia entregado parte da obra concluída à administração municipal em 2020, em que foi investido mais de R$ 23 milhões. Porém, como não havia sido finalizado, o complexo continuou fechado para visitação.
Segundo a SAE, o novo convênio assinado entre a prefeitura e a empresa garante a continuidade da revitalização em 4 meses. Entre os serviços previstos estão:
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Reforma do deck com vista para o rio;
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Pavimentação da área externa no entorno dos galpões 1, 2 e 3;
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Instalação de mobiliário;
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Paisagismo; e
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Instalações elétricas no acesso que interliga o complexo ao porto do Cai N´Água.
Nos próximos meses também serão iniciados os investimentos da SAE nas obras que transformarão os galpões 1 e 2 em museus. Esses dois espaços devem conter a história da construção da ferrovia através de exposições permanentes e temporárias e atividades educativas.
As obras do novo convênio iniciaram na quinta-feira (10) e representam um investimento adicional da empresa de aproximadamente R$ 2 milhões.
Conforme a companhia, a usina passa por complicações financeiras devido aos impactos da crise hídrica, mas "não poderia deixar de contribuir, já que sabem a importância histórica e cultural desse local".
Linha do tempo
Em 2017, o Tribunal Regional da 1ª Região determinou que a Hidrelétrica Santo Antônio elaborasse um projeto para recuperação e preservação do patrimônio histórico da EFMM no prazo de 60 dias, sob risco de suspender a licença ambiental da usina.
Em 2018, a responsabilidade pelas obras do complexo, que até então era do Governo Federal, através do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), foi repassada para a prefeitura de Porto Velho, em uma cessão de 50 anos.
Para iniciar as obras, a praça foi fechada em 2019 pela prefeitura e foram parcialmente concluídas em dezembro de 2020. Na época, a expectativa era do complexo ser aberto à população em 120 dias, o que não ocorreu.
Em dezembro de 2021, após 3 anos fechado, o complexo foi finalmente aberto ao público por 1 mês, durante o período natalino. Em 6 de janeiro de 2022, a praça foi novamente fechada para conclusão das obras, que têm o prazo de conclusão em 4 meses.
110 anos de história
A Estrada de Ferro Madeira Mamoré foi inaugurada pela primeira vez em 1° de agosto de 1912 e completa 110 anos este ano.
A construção da ferrovia fazia parte do tratado de Petrópolis selado com a Bolívia, em 1903, após a compra de território boliviano pelo Brasil, com o intuito de facilitar o transporte da borracha para o Oceano Atlântico. O 'combinado' no tratado era construir a ferrovia Madeira Mamoré em um prazo de quatro anos.
Após ser inaugurada, a EFMM deu lucro durante dois anos. Depois entrou em declínio devido à queda vertiginosa da participação brasileira no mercado da borracha. Isso porque a concorrência asiática oferecia um produto de qualidade e de mais fácil extração, afetando assim a exportação brasileira.
Com 54 anos acumulando prejuízos, o ex-presidente do Brasil Humberto de Alencar Castelo Branco determinou a erradicação da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré sendo substituída por uma rodovia.
Em 1972, a Ferrovia foi totalmente assumida pelo governo federal e desativada. Já em 2007, o monumento foi parcialmente tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional (Iphan).
(G1)
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