CINEMA NOSSO - Veja, agora, quem foi o grande vencedor do 1º Beira Festival de Cinema de Porto Velho.
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O documentário experimental “Do Maravilhoso Amazônico”, dos realizadores Eva da Silva Alves e Renato Fernandes Caetano, de Porto Velho, foi eleito melhor filme em votação popular da mostra “Filmes Rondonienses”, única mostra competitiva da 1º edição do Beira Festival de Cinema de Porto Velho.
E a dupla de cineastas rondonienses participou do encontro de encerramento do festival, na última segunda-feira (23) para contar um pouco sobre o processo criativo da obra.
“Todos os filmes exibidos nesse festival são maravilhosos e a grandiosidade do Beira foi dar ao público a oportunidade de conhecer tantas obras maravilhosas. Nos sentimos honrados em ter nossa história escolhida. E de onde vem essa história do cabeça de cuia? Vem daquilo que nos constituem enquanto Rondônia, enquanto Amazônia, que é aquilo que muitos de nós e nossos familiares vivenciaram nos seringais, nas beradagens da vida ribeirinha na Amazônia”, comentou Eva da Silva Alves.
Sobre o Beira
Com 46 obras apresentadas a partir de seis mostras temáticas guiando a experiência do público, o Beira Festival de Cinema de Porto Velho foi um desses encontros festivos onde o cinema se faz experiência de olhar e de escuta das múltiplas vidas do Brasil contemporâneo, impulsionando a expansão de ideias e novos saberes, apontando e afirmando sua vocação para mobilizar reflexão crítica, maquinar desejos e conjurar esperança.
Foram cinco dias intensos, de 18 a 23 de maio, dedicados à celebração e à reflexão do cinema brasileiro em uma programação de filmes que exercitam a invenção de formas de expressão, experimentando com imagens e sons diferentes maneiras de abordar um certo tema e, para além da narrativa, dessa característica do cinema como contação de histórias, mostrar que o cinema é um transmissor de sensações.
“Com o cinema podemos sentir a dor de um luto, a força da luta dos povos indígenas por sua sobrevivência e territórios. E é sentindo o outro que a gente se transforma. Acredito que o cinema é muito potente nesse processo, que nos permite nos conhecer, conhecer os outros e o lugar onde vivemos”, Comentou Naara Fontenele, co-fundadora e diretora Artística do Beira.
Com uma proposta curatorial interessada por cinemas que convidam o espectador a pensar e sentir seu mundo, seu território, sua história, a sociedade em que está inserido, os momentos difíceis e enfrentamentos atravessados hoje no Brasil, o Beira busca construir uma formação crítica e promover articulações junto a comunidade na medida que apresenta filmes com reflexões importantes para o indivíduo através de suas narrativas e também dos modos de se fazer filmes.
E essas reflexões se expandiram em atividades como mesas de conversa, debates, masterclass e conferências com participação de importantes representantes do cinema contemporâneo brasileiro como a cineasta piauiense Dácia Ibiapina, o antropólogo, indigenista e documentarista franco-brasileiro Vincent Carelli e o cineasta indígena Guarani-Kaiowa e liderança política jovem do Tekoha Guaiviry, Johnn Nara.
“Com os mais de 30 convidados, profissionais especialistas em fazer e pensar o desenvolvimento do audiovisual no Brasil, e com o público que votou na mostra competitiva e participou dos encontros ao vivo, pudemos refletir sobre questões sensíveis para nós e para o nosso território e, dessa maneira, aproximar a comunidade da arte cinematográfica e, principalmente, do cinema regional, aquele produzido fora do circuito comercial e pouco difundido em espaços de exibição”, destacou Angélica Menezes, co-fundadora e diretora de Produção do Beira Festival de Cinema de Porto Velho.
O Beira chegou ao fim, mas para quem ainda quiser expandir os olhares sobre o cinema contemporâneo brasileiro e conhecer mais sobre os realizadores que estão movimentando a cena audiovisual rondoniense, os debates e rodas de conversa continuam disponíveis no YouTube do Beira e no Instagram @beirafestival.
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