BOLSO APERTADO - Demissão coletiva: Globo não terá mais ninguém com contrato fixo
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O “acordo por obra” já é uma realidade na TV Globo. Marieta Severo foi a mais recente grande estrela que o canal abriu mão de manter sob contrato de exclusividade. Ela se junta a Osmar Prado, Vera Fischer, Miguel Falabella, Antonio Fagundes e tantas outras grifes que o canal dispensou recentemente.
Os cortes não vão parar por aí. Na verdade, a meta da Globo é não ter mais um banco fixo de atores. De acordo com a colunista Cristina Padiglione, do F5, a emissora pretende, em três anos, não ter mais nenhuma estrela sob contrato. Ou seja, a partir de 2025, todos os acordos serão realizados por obra.
Segundo a jornalista, Ricardo Waddington, diretor de entretenimento da Globo, reuniu todos os atores ainda contratados para explicar as mudanças na empresa. Na reunião, que aconteceu em junho de 2022, Waddington afirmou que os contratos a vencer nos próximos três anos não serão renovados depois disso.
“Demissão coletiva”
Na mesma reunião, Waddington explicou que a partir de 2025, todos os contratos da emissora com os artistas serão por obra certa, para atender às demandas dos trabalhos. Fábio Assunção, por exemplo, tem contrato até o fim de 2023, renovável por mais um ano, caso ele seja escalado para uma nova produção após Todas as Flores. Depois disso, ele negociará cada trabalho.
O diretor afirmou ainda que este novo cenário permite que os artistas se planejem melhor para contemplarem seus objetivos e convites recebidos para trabalhos de outras empresas. Ou seja, ele fez cair por terra o tabu de que quem deixa a Globo tem as portas fechadas no canal. Isso já foi uma realidade, mas deixou de ser há um bom tempo.
Apesar do tom otimista da reunião, muitos artistas teriam saído dali com a sensação de que houve uma “demissão coletiva”, já que a nova política encerra a era de “férias remuneradas” dos atores. Afinal, um contrato fixo permitia um salário caindo na conta mesmo sem estar no ar. Agora, a realidade é outra.
Mercado aquecido
A favor desta nova política está no fato de o mercado audiovisual estar num bom momento no Brasil. Boa parte dos artistas que já estão sem contrato de exclusividade com a Globo está encontrando oportunidades no streaming. Netflix, HBO Max, Star+ e Prime Video têm absorvido parte destes talentos.
Mas há os efeitos colaterais. Por exemplo: dentre os atores que ainda têm espaço na Globo, a necessidade de “emendar” trabalhos está evidente. José Loreto e Bella Campos, por exemplo, estão emendando Pantanal com Vai na Fé, próxima novela das sete.
Outro efeito é o que deixa a própria Globo refém da agenda de um artista. O caso mais recente é o de Alice Wegmann, que não tem mais acordo fixo com o canal e possui uma série de convites. Com isso, há a dúvida sobre quando será possível gravar a segunda temporada de Rensga Hits!, sucesso do Globoplay, já que Alice é a protagonista da série.
(tvhistoria)
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