REPRESENTANTE DAS FACÇÕES - Deputado e PMs são investigados por formação de grupo miliciano na BA; justiça bloqueia R$ 200 milhões das contas dos suspeitos

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Operação foi deflagrada nesta quinta-feira (7), em Feira de Santana. Seis pessoas foram presas e quatro estão foragidas.

 

Um deputado estadual e três policiais militares são investigados pela Polícia Federal, por suspeita de formarem um uma milícia responsável por lavagem de dinheiro em Feira de Santana, cidade a 100 km de Salvador. Seis pessoas foram presas [entre elas, os agentes] nesta quinta-feira (7) e quatro estão foragidas.

O parlamentar não foi preso, por causa do direito ao foro privilegiado, e a PF não especificou quem são as pessoas detidas, mas detalhou que o trio está na Coordenadoria de Custódia Provisória, à disposição da Justiça.

Além das prisões, R$ 200 milhões das contas bancárias dos investigados foram bloqueados. Inicialmente, o valor passado pela Polícia Federal foi de R$ 700 milhões, porém, o montante foi corrigido.

deputado investigado é suspeito de chefiar o grupo. Ele foi identificado como Kleber Cristian Escolano de Almeida e é conhecido como Binho Galinha. O político se candidatou pelo partido Patriota em 2022 e foi eleito com 49.834 mil votos.

Em nota, o parlamentar informou que está à disposição da Justiça e que os fatos serão esclarecidos. Além disso, ele afirmou que as atividades legislativas seguirão sem alterações nos próximos dias. Veja íntegra abaixo:

"Tendo em vista as denúncias feitas pelo Ministério Público Estadual (MPE) e que a pedido da Justiça estão sendo apuradas, com ações no dia de hoje (07) pela Policia Federal, Receita Federal, e o próprio MPE em Feira de Santana e região, o deputado estadual Binho Galinha vem a público esclarecer que está a inteira disposição da Justiça da Bahia, e que tudo será esclarecido no momento próprio. Mantemos nossas atividades pessoais e legislativas sem alteração. Confio na Justiça e estou à disposição para dirimir dúvidas e contribuir quanto a transparência dos fatos. No mais dizer que nosso jurídico está tomando as devidas providências para junto a Justiça prestar os esclarecimentos."

Segundo a PF, o deputado, os três militares e outras 11 pessoas foram denunciadas pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA) e são investigadas por lavar dinheiro de jogo do bicho, agiotagem, receptação qualificada, desmanche de veículos e outros crimes.

A investigação conta com o auxílio da Receita Federal, que apurou inconsistências fiscais dos investigados. O grupo atuava em Feira de Santana e também em cidades vizinhas, que não foram detalhadas.

Além do deputado, outras 14 pessoas, incluindo PMs, são suspeitas de integrar milícia — Foto: Ministério Público da Bahia

Além dos R$ 200 milhões, outros bens foram bloqueados e mandados de busca e apreensão foram expedidos - inclusive em fazendas e outros imóveis do deputado. Confira:

👉 bloqueio de 26 propriedades urbanas e rurais;

👉 10 mandados de prisão expedidos, com seis prisões efetivadas;

👉 35 mandados de busca e apreensão cumpridos;

👉 suspensão das atividades econômicas de seis empresas.

De acordo com a Polícia Federal, a investigação começou após o recebimento de um ofício do MP-BA, que relatava os crimes que estavam sendo cometidos pelo grupo na região.

Ao longo das apurações, a Receita Federal apontou:

👉 inconsistências fiscais dos investigados;

👉 movimentação financeira incompatível;

👉 propriedade de bens móveis e imóveis não declarados;

👉 indícios de lavagem de dinheiro.

Policiais Militares suspeitos

 

Segundo as investigações, os policiais militares suspeitos de integrar o grupo formavam o "braço armado" dos milicianos. Eles seriam os responsáveis por fazer cobranças mediante violência e ameaça. Esses valores cobrados seriam oriundos de jogos ilícitos e empréstimos com juros excessivos. Os nomes deles não foram divulgados.

De acordo com a PF, a operação conta com o apoio do Comando de Operações Táticas da Polícia Federal (COT), Grupo de Pronta Intervenção da Polícia Federal (GPI), do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público Estadual (Gaeco) e da Coordenadoria de Recursos Especiais da Polícia Civil da Bahia (CORE).

(g1)


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