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TÍTULO INÉDITO - Fluminense é campeão da libertadores pela primeira vez ao vencer o Boca Juniors

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O clube carioca bateu o time argentino no Maracanã por 2×1 com gol na prorrogação.

 

O Fluminense é campeão da Libertadores pela primeira vez em seus 121 anos de existência. O nome do clube se junta a tantos outros da Glória Eterna cravados no troféu. É um sabor novo para os tricolores.

E deve ser aproveitado até o Mundial da Fifa, de 12 a 22 de dezembro, quando o time do Rio medirá forças, entre outros, com o poderoso Manchester City, de Pep Guardiola. Isso se ambos chegarem à final. A cidade é do torcedor fluminense. O time ganhou do Boca Juniors por 2 a 1 com a prorrogação, após empate no tempo normal por 1 a 1.

Foi do argentino Cano o primeiro gol da partida. Em um toque só dentro da área, como de costume, o atacante abriu a contagem no Maracanã diante de 69 mil torcedores.

Cano tem 35 anos e 13 gols na competição. É o seu artilheiro. Seu gol foi marcado aos 35 de bola rolando. Mas foi o garoto John Kennedy o herói da conquista Ele marcou um golaço na prorrogação após passe de Keno.

No tempo normal, o Boca empatou com Advíncula. O Fluminense mereceu a conquista. Mas não foi fácil como parecia. O final foi dramático porque Kennedy foi expulso na comemoração do gol.

Escolha de Diniz na Decisão

O Fluminense foi um time cauteloso nos primeiros 45 minutos. E assim seguiu. Tinha uma proposta: ficar com a bola. Aos 15 minutos, tinha 82% de posse. Fazia o que queria com ela. Não tinha pressa para nada, como disse Ganso em determinado momento para seus companheiros: “calma, calma”.

Foi beneficiado nesse enredo pela passividade do Boca, que marcava do meio para trás e não adiantava a marcação por nada. Teve dois contra-ataques mais perigosos antes do gol do Flu.

Fernando Diniz mandou seus jogadores controlarem a disputa e foi isso que eles fizeram sob o comando de Ganso e Marcelo, que chorou antes mesmo da conquista. Keno travou boa disputa pela esquerda com Advíncula até ele se mandar para o lado direito e deixar o rival perdido.

Foi pelo lado direito, com Arias também por ali, e bem, que o Fluminense foi mais forte. A jogada de gol nasceu com Keno antes de chegar a Cano. Keno e Cano. Mortais.

Em nenhum momento o Boca fez mais para merecer outra sorte. Teve ainda uma cabeçada de Valentini em Ganso, em disputa antes de escanteio na área tricolor, que poderia ter dado cartão para o jogador argentino. O juiz deixou o jogo correr solto.

A bola continuou com o Fluminense no segundo tempo. A vantagem fez o time do Rio ter ainda mais tranquilidade, embora a atenção na marcação passou a ser dobrada. E as divididas também.

O Boca teve de sair um pouco mais, tentar ficar com a bola um pouco mais e chutar a gol um pouco mais também. No entanto, não mostrou a fama que carregou para o Maracanã. Melhorou, mas não tanto.

Sua torcida, que tomou o Rio de assalto na semana da decisão e fez festa e bagunça na praia de Copacabana, entendeu a dificuldade. Cantou menos. Mas era o Boca e com o Boca não se brinca. O time chegou à final sem ganhar nenhuma partida no mata-mata. Empatou todas.

Cavani e Barco, os craques, foram tímidos e trocados. Numa dessas jogadas de fora da área, Advíncula chutou da esquerda e empatou, mudando tudo. Ele não teve marcação.

Foi de longe a melhor jogada do time argentino. O gol aconteceu aos 26 minutos. A disputa era mais perigosa para o Fluminense. O jogo passou a ser brigado. O empate levaria a decisão para a prorrogação. Nos acréscimos, Diogo Barbosa teve a bola do jogo e chutou para fora Keno pediu e não recebeu.

Prorrogação

Mais 30 minutos de bola rolando. Se precisasse, decisão iria para os pênaltis. Foi de Keno a primeira tentativa. Romero pegou fácil. O jogo não tinha mais favorito, principalmente depois das mudanças necessárias de Diniz.

Mas era o Boca que estava com a bola e encurralava o time brasileiro. Os pênaltis sempre foram uma boa estratégia para os argentinos por causa do bom goleiro Romero. O Fluminense tinha o contra-ataque. Era o Boca agora que mostrava sua estratégia.

Aos 8 minutos do primeiro tempo da prorrogação, no entanto, John Kennedy fez um golaço, 2 a 1, mas ele foi para a mureta do Maracanã se deixar abraçar pela torcida, em festa.

Não se deu conta de que já tinha amarelo e recebeu outro pela comemoração. Foi expulso, como manda a regra. Errou. O jogo esquentou, teve tapa na cara e mais um vermelho, desta vez para Fabra.

O segundo tempo da prorrogação foi tenso. Teve uma bola na trave do Boca, de Guga, que não entrou. O Fluminense segurou a vantagem e festejou sua primeira Libertadores.

Ficha Técnica

BOCA JUNIORS 1 X 2 FLUMINENSE

BOCA JUNIORS – Romero; Advíncula, Figal (Valdez), Valentini e Fabra; Pol Fernández, Ezequiel (Saracchi), Medina (Taborda) e Barco (Langoni); Merentiel (Janson) e Cavani (Benedetto). Técnico: Jorge Almirón.

FLUMINENSE – Fábio; Samuel Xavier (Guga), Nino, Felipe Melo (Marlon) e Marcelo (Diogo Barbosa); André, Martinelli (Lima) e Ganso; Arias, Cano e Keno (David Braz). Técnico: Fernando Diniz

GOLS – Cano, aos 35 minutos do primeiro tempo; Advincula, aos 26 minutos do segundo; John Kennedy, aos 8 do primeiro tempo da prorrogação.

CARTÕES AMARELOS – Figal, Cavani, Zaracchi e Langoni (Boca Juniors); Kennedy, Keno, Cano e Nino (Fluminense).

CARTÕES VERMELHOS – John Kennedy (Fluminense) e Fabra (Boca Juniors).

ÁRBITRO – Wilmar Roldan (COL).

PÚBLICO – 69.232 pagantes.

RENDA – R$ 31.702.250,00.

LOCAL – Maracanã, no Rio.

Estadão Conteúdo


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