Assembleia da ONU se prepara para votar resolução contra EUA
Texto elaborado pelo Egito condena decisão sobre Jerusalém
A Assembleia Geral das Nações Unidas votará amanhã (21), em sessão extraordinária, uma resolução apresentada pelo Egito que condena a decisão dos Estados Unidos de reconhecer Jerusalém como capital de Israel.
O Egito tinha apresentado a resolução diretamente ao Conselho de Segurança da ONU, mas, como os EUA são membro permanente com poder de veto, o texto fora imediatamente rejeitado. Para ser aprovada na Assembleia Geral - órgão deliberativo da ONU no qual cada país-membro tem um representante e direito a um voto - a resolução precisa conquistar ao menos dois terços dos votos.
Na Assembleia Geral, nenhum país-membro tem poder de veto, mas o órgão, em contrapartida, não pode aprovadar resoluções vinculantes (ou seja, as decisões não têm obrigatoriedade de aplicação. Isso só ocorre dentro do Conselho de Segurança). Uma vitória do texto apresentado pelo Egito seria apenas uma derrota diplomática para os EUA e um isolamento político da gestão de Donald Trump.
No Conselho de Segurança, só os EUA rejeitaram a proposta, enquanto os outros 14 membros votaram a favor da resolução egípcia, até os tradicionais aliados americanos, como Reino Unido e França.
Para tentar evitar um vexame, a embaixadora norte-americana nas Nações Unidas, Nikki Haley, publicou uma ameaça em seu Twitter para intimidar os outros países votantes. "Na ONU, sempre pedem para doarmos mais e fazemos mais. Então, quando tomamos uma decisão, baseada na vontade do povo americano, sobre onde colocar a nossa embaixada, não esperamos ser alvo daqueles que ajudamos. Na quinta-feira, haverá a votação que critica nossa escolha. Os EUA anotarão os nomes", escreveu a diplomata.
Cumprindo uma promessa de campanha, Trump anunciou no dia 6 de dezembro a transferência da embaixada dos EUA de Tel Aviv para Jerusalém, reconhecendo a cidade como a capital oficial de Israel.
Como tem significado sagrado para várias religiões, Jerusalém costuma ser considerada uma "área internacional" pela diplomacia, que evita instalar embaixadas ou reconhecer o território como propriedade de algum país, seguindo uma antiga recomendação da ONU.
A decisão de Trump gerou uma nova onda de violência na região, e fez mais de 50 países árabes, mesmo adversários sunitas e xiitas, unirem-se contra o reconhecimento de Jerusalém como capital israelense.
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