Philadelphia — Está nas quartas de final o time brasileiro que buscou a vitória do início ao fim da partida aqui no Lincoln Financial Field. O Palmeiras foi melhor do que o Botafogo do primeiro minuto do tempo regulamentar ao último da prorrogação sob um sol escaldante na Pennsylvania. Abel Ferreira apostou na oxigenação do ataque em casa tempo do duelo e colheu os frutos da aposta graças ao iluminado Paulinho.
O camisa 10 desembarcou no Palestra Itália no início da temporada por 18 milhões de euros. Além do dinheiro, o clube mandou dois jogadores para o Atlético-MG. O esforço de Paulinho para defender o Palmeiras é pesado. Ele dificilmente aguenta atuar por mais de 30 minutos. Prova disso é a substituição pouco depois do heroísmo na partida.
Paulinho tem apenas 15 jogos e três gols na temporada e três gol importantíssimos. Havia feito a diferença no empate por 2 x 2 com o Inter Miami, no Hard Rock Stadium. Na fase de grupos da Libertadores, colaborou na goleada por 6 x 0 diante do Sporting Cristal. Deu assistência contra o Cerro Porteño na estreia no torneio continental.
Devoto de Oxóssi, o orixá caçado, Paulinho é engajado no combate à intolerância religiosa. Ele trata o Candomblé como filosofia de vida. Comemora simulando gols simulando uma flecha. Por sinal, ele foi arca e flecha no lance do gol. Arrancou com a bola dominada e finalizou no canto direito do goleiro John com a sabedoria de quem joga sinuca. Parecia ter um taco nos pés para colocá-la com tanto carinho no fundo da rede.
A maioria da torcida do Palmeiras estava atrás da trave da vitória. Engoliu os alvinegros, posicionados do outro lado. Abel Ferreira sabia do calor e foi inteligente na formação do ataque.
Iniciou com os jovens Allan, Maurício, Estêvão e Vitor Roque, todos abaixo dos 24 anos, e depois repôs energia com Luighi, Mayke, Facundo Torres, Aníbal Moreno e o herói Paulinho. O protagonista deu lugar a Micael e voltou ao banco à espera da classificação.
O Palmeiras tem time para enfrentar Benfica ou Chelsea, o time inglês derrotado pelo Flamengo, aqui mesmo na Filadélfia, por 3 x 1, na fase de grupos. A questão são as baixas. Abel Ferreira não contará com Gustavo Gómez e Piquerez nas quartas de final.
Do outro lado, o Botafogo deixa a Copa do Mundo de Clubes da Fifa com a certeza de que faltou ambição ao técnico Renato Paiva quando o time mais precisava, O Glorioso não foi aquele da Libertadores e do Brasileirão do ano passado. Eu até entendo.
Os duelos contra o PSG e o Atlético de Madrid na primeira fase deixaram as pernas pesadas. O Gloriosa volta ao Rio com a recordação de ter vencido o campeão da Champions League no simbólico duelo entre campeões continentais. Em outros tempos, o Fogão seria o dono do mundo.
(blogs.correiobraziliense)