Redação, 28 de junho de 2025 — Um levantamento recente do Instituto Datafolha mostra que a imagem das principais instituições do país está fortemente desgastada perante a população. Mais da metade dos brasileiros diz sentir vergonha do Congresso Nacional, do Supremo Tribunal Federal (STF) e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Segundo a pesquisa, realizada nos dias 10 e 11 de junho com 2.004 pessoas em 136 municípios, os índices de rejeição revelam uma crise de confiança institucional:
- 59% afirmam sentir vergonha dos senadores;
- 58% têm vergonha dos deputados federais;
- 58% declaram vergonha do STF;
- 56% sentem vergonha do presidente Lula.
A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.
Polarização influencia percepção do STF
O levantamento também evidenciou a profunda divisão ideológica entre os eleitores do presidente Lula e do ex-presidente Jair Bolsonaro, especialmente no que diz respeito ao Supremo Tribunal Federal.
Entre os simpatizantes do PL, partido de Bolsonaro, o sentimento é quase unânime:
- 91% dizem sentir vergonha do STF;
- Apenas 5% afirmam sentir orgulho.
Já entre os eleitores do PT, o cenário se inverte:
- 52% sentem orgulho do tribunal;
- 36% expressam vergonha.
Esse contraste revela o papel central que o STF assumiu no debate político, especialmente após os inquéritos envolvendo desinformação, os atos de 8 de janeiro e decisões que afetaram o campo bolsonarista.
Congresso e Lula também em baixa
A avaliação negativa do Congresso é consistente entre eleitores de diferentes espectros políticos, refletindo uma percepção generalizada de ineficiência, escândalos e distanciamento das demandas populares.
O presidente Lula, apesar de manter apoio expressivo em alguns setores, enfrenta alta rejeição simbólica, com 56% declarando vergonha de sua figura. O dado preocupa aliados em meio a recentes derrotas legislativas, como a rejeição da reoneração do IOF na Câmara dos Deputados.
Especialistas alertam para desgaste institucional
Para analistas políticos, os números acendem um alerta sobre o esgotamento da paciência do eleitorado com o sistema político como um todo. “Há um sentimento difuso de frustração, alimentado por polarização, lentidão nas reformas e escândalos recorrentes. Isso corrói a legitimidade das instituições”, afirma a cientista política Maria Cláudia Borges.
Fonte: noticiastudoaqui.com