Redação, Nazaré, Baixo Madeira (RO), 04 de setembro de 2025 — Um forte temporal atingiu as comunidades ribeirinhas de Rondônia nesta quarta-feira, 3 de setembro de 2025, provocando alagamentos e prejuízos significativos. Um vídeo compartilhado por moradores mostrou as lanchas escolares — conhecidas como voadeiras — completamente alagadas no porto principal da comunidade-polo de Nazaré, que reúne alunos de locais vizinhos para acesso à educação.
O episódio
O temporal aconteceu pouco antes do horário de saída dos estudantes, que retornam das aulas para suas comunidades por meio dessas embarcações — algumas a poucos minutos, outras a várias horas de viagem rio abaixo. Embora ninguém tenha se ferido, a situação expôs novamente os riscos cotidianos enfrentados por alunos e pilotos.
Riscos persistentes no Baixo Madeira
Instituições que apoiam a população ribeirinha alertam sobre obstáculos que vão além da chuva: “arrotos” (bancos de areia formados por garimpo ilegal), pedras submersas, praias que surgem durante a seca e até episódios de violência. Moradores relatam que embarcações com estudantes já foram confundidas com fiscalização e até alvejam-se com tiros — felizmente, sem vítimas.
Educação com sacrifício
A falta de escolas nas comunidades distantes obriga crianças a saírem de casa entre 5h30 e 6h para chegar à escola de Nazaré às 7h30. Durante a seca, têm de descer os barrancos e caminhar por longos trechos de areia, resultando em machucados frequentes — como relatos de ferimentos nos pés por terrenos acidentados.
Prejuízos já sentidos
Ainda não há confirmação de danos aos motores das voadeiras afetadas, mas os impactos são imediatos: os alunos ficam sem transporte essencial para acessar a educação.
Clamor por políticas públicas
O episódio reacende reivindicações por investimentos estruturais para as comunidades ribeirinhas: construção de escolas próximas, melhoria no transporte aquaviário, contratação de docentes regionais e adequação dos calendários escolares às estações de cheia e seca. A declaração de um morador resume bem o sentimento local:
“Que bom que este temporal não pegou os alunos no meio do rio” — um alívio momentâneo, mas também retrato da rotina de abandono enfrentada por milhares de crianças.
Panorama geral
Elemento | Detalhes |
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Local | Nazaré (RO), comunidade-polo no Baixo Madeira |
Data do ocorrido | 3 de setembro de 2025 |
Impacto principal | Lanchas escolares (voadeiras) alagadas no porto |
Consequências | Interrupção do transporte escolar; risco aos estudantes e pilotos |
Problemas estruturais | Falta de infraestrutura educacional local; precariedade do transporte |
Reivindicações | Construção de escolas nas comunidades, transporte adaptado, professores regionais, calendário ajustado |
Conclusão
O temporal em Nazaré trouxe à tona não apenas perdas materiais, mas também os riscos cotidianos enfrentados por estudantes ribeirinhos que dependem de transporte fluvial para estudar. A falta de políticas públicas efetivas expõe milhares de crianças à insegurança e à vulnerabilidade. O caso reforça a urgência de atenção governamental para garantir educação com dignidade nas comunidades do Baixo Madeira.
Fonte: noticiastudoaqui.com