Redação, Porto Velho (RO), 13 de outubro de 2025 – Rondônia vem se destacando nos últimos anos não apenas por sua produção agropecuária, mas também por se consolidar como referência em defesa sanitária. Entre janeiro e setembro deste ano, o Estado registrou alta de 17,5 % nas exportações de carne bovina, com receitas que já ultrapassaram a marca de US$ 1,1 bilhão.
Sanidade que abre portas
O protagonismo sanitário de Rondônia é fruto da parceria entre produtores rurais e a Agência de Defesa Sanitária Agrosilvopastoril (Idaron). O Estado foi uma das primeiras unidades da federação a ser oficialmente reconhecida como área livre de febre aftosa sem vacinação, em maio de 2021 — status concedido com chancela da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA).
Esse reconhecimento dispensou aos pecuaristas o custo contínuo com a vacinação, ao mesmo tempo que conferiu garantias sanitárias robustas para compradores internacionais exigentes. O resultado foi a abertura de novos mercados e a migração da carne rondoniense para nichos mais valorizados.
Exportações em números e novos horizontes
Em 2024, Rondônia exportou cerca de 276,2 mil toneladas de carne bovina, totalizando US$ 1,16 bilhão em receita. Já em 2025, no período de janeiro a setembro, foram ultrapassadas 226,8 mil toneladas exportadas, gerando receita superior a US$ 1,1 bilhão — o que representa um salto de 17,5 % frente ao ano anterior.
No mercado norte-americano, o crescimento foi ainda mais expressivo: em 2024, Rondônia exportou carne no valor de US$ 59,8 milhões; até setembro de 2025, esse montante já alcançou US$ 77,3 milhões, com mais de 50 % de crescimento em volume exportado.
O governador Marcos Rocha aposta que, se mantido o ritmo, o Estado conseguirá superar os números do ano anterior até dezembro.
Rebanho e controle digital
Rondônia dispõe de um rebanho bovino estimado em quase 18 milhões de cabeças, distribuídas em mais de 114 mil propriedades rurais. Para garantir continuidade ao crescimento e preservação dos mercados, uma ferramenta essencial é a declaração de rebanhos, cuja segunda fase inicia em novembro.
A Idaron busca simplificar esse processo: os produtores poderão declarar seus rebanhos por meio digital, sem necessidade de deslocamento até unidades físicas, conferindo agilidade e segurança às operações.
Desafios e perspectivas
Embora os números sejam promissores, o cenário global impõe cautela. A aplicação de barreiras tarifárias por países importadores e regimes sanitários rígidos são obstáculos que exigem vigilância constante. O presidente da Idaron, Júlio César Rocha Peres, ressalta que, apesar de sanções como o chamado “tarifaço” nos EUA, o impacto para Rondônia foi limitado até agora — parte devido à qualidade e certificação do produto local.
Para manter o dinamismo, será necessário:
- aperfeiçoamento contínuo dos controles sanitários;
- fidelização de compradores internacionais por meio de certificações;
- investimento em logística e infraestrutura para exportação;
- educação e adesão dos produtores às normas sanitárias e registradoras.
Rondônia, com sua experiência e estrutura, quer ser mais do que produtor de carne: almeja ser sinônimo de qualidade, segurança e credibilidade nos mercados globais.
Fonte: noticiastudoaqui.com