Na tarde da última segunda-feira (02), a Polícia Civil de Rondônia, por meio do Departamento de Polícia Especializada (DPE), deflagrou duas grandes operações simultâneas nos municípios de Nova Mamoré, Guajará-Mirim e Ouro Preto do Oeste. As ações, denominadas Operação AR PURO e Operação CONTRA-ATAQUE, contaram com o apoio da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Ambiental (SEDAM), do Batalhão de Polícia Ambiental (BPA) e da Secretaria de Estado da Segurança, Defesa e Cidadania (SESDEC).

As operações são fruto de investigações que visam coibir crimes ambientais graves e punir autores de ataques armados contra agentes públicos na região do Parque Estadual de Guajará-Mirim, unidade de conservação localizada na fronteira com a Bolívia.

Queimadas, grilagem e extração ilegal motivaram a Operação AR PURO

A Operação AR PURO teve início a partir de investigações realizadas desde agosto de 2024, em razão do aumento das queimadas criminosas, grilagem de terras públicas e privadas, extração ilegal de madeira e invasões sistemáticas no Parque Estadual de Guajará-Mirim. A região é considerada uma das áreas mais sensíveis do estado em termos de preservação ambiental e biodiversidade.

Segundo a Polícia Civil, o trabalho investigativo identificou diversos grupos criminosos organizados, responsáveis pela destruição de áreas protegidas, que vinham operando com apoio logístico e financeiro de terceiros interessados na exploração econômica irregular da floresta.

Atentados contra bases da SEDAM motivaram a Operação CONTRA-ATAQUE

Já a Operação CONTRA-ATAQUE foi deflagrada após sucessivos atentados promovidos por criminosos contra três bases da SEDAM localizadas na região do Parque Estadual. Os ataques, que ocorreram a partir de março deste ano, envolveram disparos de arma de fogo contra os agentes de segurança que atuam na proteção ambiental da área.

Em um dos episódios mais graves, criminosos efetuaram cerca de 60 tiros contra uma das bases, colocando em risco a vida de policiais militares e servidores ambientais. Segundo as investigações, os ataques seriam uma represália à intensificação das fiscalizações ambientais realizadas pelo estado na região.

Balanço da ação

As operações mobilizaram um efetivo de 115 policiais civis e militares, que cumpriram um total de 38 medidas cautelares expedidas pela Justiça, sendo 11 mandados de prisão preventiva, 3 mandados de prisão temporária e 24 mandados de busca e apreensão.

Durante a ação, foram apreendidas armas de fogo e diversas munições, o que resultou na autuação em flagrante de alguns dos investigados. As autoridades não divulgaram, até o momento, a identidade dos presos.

Compromisso institucional

Em nota oficial, a Polícia Civil de Rondônia reiterou seu compromisso com o combate aos crimes ambientais e com a garantia da segurança dos servidores públicos que atuam na linha de frente da defesa do meio ambiente.

“A Polícia Civil reafirma seu compromisso institucional e não medirá esforços para prender os responsáveis pelos crimes ambientais e levá-los ao crivo da Justiça”, destacou a corporação.

As investigações prosseguem, e novas diligências não estão descartadas. As operações AR PURO e CONTRA-ATAQUE marcam mais um capítulo na luta das forças de segurança do estado contra a criminalidade ambiental que ameaça as unidades de conservação e a vida dos agentes públicos na região amazônica.

Fonte: noticiastudoaqui.com