
Redação, Porto Velho (RO), 02 de setembro de 2025 – Em razão da prolongada estiagem que afeta o Rio Madeira, a Capitania Fluvial de Porto Velho emitiu em 22 de agosto de 2025, por meio da Portaria nº 58/CFPV, novas regras para garantir a segurança da navegação entre Porto Velho (RO) e Novo Aripuanã (AM). A medida visa manter o transporte fluvial, essencial para a região, sem comprometer a segurança das embarcações.
Por que as regras foram definidas
Com o nível do rio Madeira abaixo dos 4 metros — chegando a 3,27 m no dia 25 de agosto — as condições tornaram-se críticas, exigindo restrições para evitar acidentes como encalhes e colisões com bancos de areia e pedrais. A cota de 4 metros é considerada o limite de segurança; caso alcance 2 metros, a navegação pode ser suspensa totalmente.
Principais diretrizes da portaria
A Portaria nº 58/CFPV trouxe normas específicas para comboios de carga e embarcações de passageiros durante o período entre julho e novembro:
- Formação de comboios: os comboios devem contar com embarcações de sondagem e, em trechos críticos, os comboios devem ser desmembrados conforme decisão do comandante. A folga mínima sob a quilha deve ser de 0,50 m.
- Limite de balsas por comboio:
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- até 25 balsas quando o rio estiver abaixo de 8 m;
- até 20 balsas abaixo de 6 m;
- até 16 balsas abaixo de 4 m.
A navegação é suspensa se a cota atingir 2 m.
- Navegação noturna: permitida apenas com apoio de sondagem e vigilância reforçada, exigindo presença constante do comandante no passadiço em trechos de risco.
- Prioridade de tráfego: em trechos críticos, comboios carregados descendo o rio têm preferência.
Monitoramento e ações complementares
A Marinha intensificou o acompanhamento hidrográfico com o navio “Rio Solimões”, realizando sondagens em mais de 30 trechos críticos do rio. Os levantamentos servem de base para ações emergenciais, como balizamento e futuras obras de dragagem, coordenadas em diálogo com o DNIT e outras autoridades.
Repercussões socioeconômicas
O Rio Madeira é vital para o escoamento anual de milhões de toneladas de produtos (grãos, combustíveis, fertilizantes, etc.). A nova abordagem da Marinha buscou equilibrar a necessidade de manter as rotas operacionais sem expor embarcações e tripulantes a riscos durante a estiagem.
Panorama geral
- O rio registrou 3,27 m em 25 de agosto, abaixo do limite de 4 m, desencadeando a portaria.
- As normas entram em vigor durante o período de seca, e sua adoção depende do monitoramento contínuo da Capitania Fluvial.
- A navegação só será suspensa totalmente se o nível atingir 2 metros, medida que resultaria em bloqueios logísticos significativos.
Resumo das medidas
Tema | Diretriz principal |
---|---|
Combinações de carga | Uso de sondagem e desmembramento em trechos críticos |
Limite de balsas | Redução conforme nível de água (máximo 16 a 25 com base na cota) |
Navegação noturna | Permitida com vigilância reforçada e manutenção do comandante no passadiço |
Prioridade no tráfego | Comboios pesados descendo o rio têm prioridade |
Suspensão da navegação | Nível abaixo de 2 m — interrupção total |
Perspectiva final
A nova portaria da Marinha representa um esforço técnico para manter a navegabilidade em condições adversas, preservando a economia regional sem abrir mão da segurança dos operadores e das comunidades ribeirinhas. O equilíbrio entre restrições e flexibilizações destaca a importância estratégica da hidrovia para Rondônia e reforça a necessidade de monitoramento ativo e cooperação entre órgãos envolvidos.
Fonte: noticiastudoaqui.com