Redação, Porto Velho (RO), 10 de outubro de 2025 – O vereador Thiago Tezzari, afastado de suas funções pela Operação Face Oculta, se manifestou sobre o fato que repercutiu na Capital nesta sexta-feira (10). Tranquilo e em tom de ironia, o parlamentar negou todas as acusações de envolvimento em esquema de “rachadinha” e atribuiu a denúncia ao que chamou de “vingança pessoal” de um ex-colaborador.
Segundo Tezzari, o ex-assessor teria procurado o Ministério Público após um desentendimento decorrente de um processo de internação por dependência química.
“Eu tive um companheiro de jornada, uma pessoa que me ajudou durante muito tempo e que eu também ajudei demais. E essa pessoa foi ao Ministério Público e fez uma denúncia de que teria rachadinha no meu gabinete, coisa que não ocorre”, afirmou o vereador.
Ele relatou que tentou intervir junto à família do ex-assessor para viabilizar o tratamento contra o vício, mas o gesto teria sido mal interpretado.
“Na intenção de ajudar, me juntei à família dessa pessoa no sentido de internar ela por dependência química. E essa pessoa nunca me perdoou por isso”, contou.
Ironia e críticas à operação
Tezzari ironizou as suspeitas de enriquecimento ilícito e rebateu as acusações com humor:
“Eu quero entender como é essa questão da rachadinha aí. A última coisa que eu tenho rachada no meu gabinete é pizza, bolo e refeições”, declarou.
O vereador também afirmou que, financeiramente, está “mais pobre hoje do que no dia em que ganhou a eleição”.
Durante a entrevista, ele comparou a atual operação com outra investigação de que foi alvo anos atrás, relacionada à licitação do transporte coletivo em Porto Velho.
“Quando fui pra cima de interesses muito graves e salvei o transporte coletivo da nossa cidade, a polícia também veio na minha porta”, lembrou.
Alegações de motivação política
O parlamentar sugeriu que a Operação Face Oculta possa ter motivações políticas, especialmente por envolver seu papel na fiscalização de contratos públicos.
“Agora, na questão do lixo, estou enfrentando interesses poderosíssimos. E não dá pra achar coincidência eu ser presidente da Comissão de Fiscalização da Transição do Lixo e, justamente agora, ter essa operação”, afirmou.
Tezzari disse acreditar que o caso seguirá o mesmo desfecho da investigação anterior, da qual foi absolvido.
“Dois anos depois, o Ministério Público e a Justiça me inocentaram, devolveram meu celular e elogiaram minha decisão. Tenho certeza de que agora será o mesmo final”, declarou.
Sobre os áudios e o impacto pessoal
Questionado sobre áudios que circulam nas redes sociais, atribuídos ao ex-assessor, o vereador confirmou a autenticidade.
“É a mesma pessoa que, num surto, soltou áudios falando um conjunto de impropérios. A grande lição que aprendi é que, às vezes, não devemos nos envolver nas questões individuais. A luta contra o vício é muito forte, e a pessoa nem sempre quer ajuda”, afirmou.
Apesar do constrangimento, Tezzari disse não se arrepender de ter tentado ajudar.
“Tudo parte de uma ação boa, de tentar ajudar alguém a se livrar de um vício, e você acaba passando por isso”, comentou.
Mensagem à população
Em tom de desabafo, o vereador finalizou a entrevista com um recado aos eleitores de Porto Velho:
“Eu continuo a ser a mesma pessoa. Os que gostam vão continuar gostando, os que não gostam vão continuar não gostando, e eu vou continuar trabalhando.”
Por fim, lamentou o episódio e fez uma observação bem-humorada:
“A única coisa que aprendi agora é o seguinte: a próxima vez que eu trombar com algum dependente químico que quiser ajuda pra se tratar, eu não ajudo mais.”
Fonte: noticiastudoaqui.com
Com informações de euideal e rondoniadinâmica