HOMOFÓBICA TRABALHOU NA GLOBO - Jornalista é presa por injúria homofóbica em shopping de São Paulo; e tocou fogo no palheiro

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Adriana Catarina Ramos de Oliveira, de 61 anos, foi detida em flagrante após chamar homem de "bicha nojenta" em cafeteria do Shopping Iguatemi

Redação, 16 de junho de 2025 - A jornalista Adriana Catarina Ramos de Oliveira, de 61 anos, foi presa em flagrante neste sábado (14/6) após proferir ofensas homofóbicas contra um homem dentro do Shopping Iguatemi, na zona oeste da capital paulista. O caso foi registrado como injúria por preconceito — crime previsto na Lei nº 7.716/89, que trata dos crimes de discriminação ou preconceito por raça, cor, etnia, religião, procedência nacional e orientação sexual.

Em um vídeo que circula nas redes sociais, Adriana aparece visivelmente alterada e chama o publicitário Gabriel Galluzzi Saraiva, de 39 anos, de “bicha nojenta”. As imagens mostram apenas a jornalista, já exaltada, durante a discussão. Gabriel, que não aparece no vídeo, também reage verbalmente, mas não parte para agressão.

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A discussão aconteceu dentro de uma cafeteria no interior do shopping, frequentado por famílias e conhecido por seu ambiente sofisticado. O motivo inicial da discussão não foi registrado nas imagens. Segundo testemunhas, a troca de insultos teria começado após um desentendimento sobre espaço entre as mesas do estabelecimento.

Adriana Ramos é uma comunicadora com vasta trajetória na imprensa. Iniciou sua carreira no rádio, migrando posteriormente para a televisão. Trabalhou em veículos como Rede Globo, TV Cultura e Record TV, principalmente em departamentos de telejornalismo. Além da atuação na mídia, Adriana também escreveu dois livros — Uma Prova do Céu e Cartas Celestes — e manteve por anos um blog sobre espiritualidade e viagens. Ela se apresenta como estudiosa dos temas espirituais há quase uma década e é mãe de duas filhas.

Após a prisão, Adriana foi levada para a delegacia da região. A Justiça vai avaliar se ela responderá ao processo em liberdade. A defesa da jornalista ainda não se manifestou publicamente sobre o caso.

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Já Gabriel Saraiva deve prestar depoimento formal nesta semana. Em entrevista breve a um canal local, ele afirmou que se sentiu humilhado e abalado com o ocorrido, mas que “não deixará o caso passar em branco”.

A ocorrência reacende o debate sobre crimes de ódio em ambientes públicos e o papel da sociedade na denúncia e no combate à homofobia. Organizações LGBTQIAPN+ cobram punições exemplares e reforçam a importância da vigilância ativa diante de comportamentos discriminatórios.

Linha do Tempo da Carreira de Adriana Ramos

  • Anos 1980 – Inicia a carreira no rádio como repórter em emissoras locais.
  • Década de 1990 – Transfere-se para a televisão e atua em telejornais da TV Cultura e Rede Globo, cobrindo principalmente política e comportamento.
  • 2000 a 2010 – Passagens por Record TV e participação em programas de variedades e entrevistas.
  • 2012 – Cria um blog sobre espiritualidade e viagens, após se afastar da televisão.
  • 2015 – Lança seu primeiro livro, Uma Prova do Céu, com reflexões sobre espiritualidade.
  • 2020 – Publica Cartas Celestes, com temas voltados ao autoconhecimento e astrologia.
  • 2025 – Envolvida no episódio de injúria homofóbica que pode comprometer sua reputação pública e legado profissional.

Especialistas comentam: o que diz a lei e quais as implicações?

A advogada criminalista Lívia Guimarães, especialista em crimes de ódio e direitos humanos, explica que a prisão em flagrante de Adriana reflete o fortalecimento da legislação contra a homofobia no Brasil:

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“Desde que o STF equiparou a homofobia ao crime de racismo, casos como esse passaram a ter consequências mais graves. Injúria por orientação sexual não é mais tratada como algo leve — é crime inafiançável e imprescritível em alguns casos”, afirma a advogada.

O sociólogo Carlos Fraga, professor da PUC-SP, analisa o caso como mais um sintoma da intolerância ainda presente em parte da elite brasileira:

“É simbólico que isso tenha acontecido em um ambiente elitizado, por uma pessoa com educação formal e trajetória midiática. Mostra que o preconceito não é restrito a um grupo social específico. Ele está enraizado, e precisa ser combatido com firmeza e educação”, avalia.

Repercussão e posicionamentos

Nas redes sociais, o vídeo causou revolta e motivou protestos de ativistas LGBTQIAPN+. A ONG All Out Brasil publicou nota cobrando que o caso não seja “mais um episódio abafado pela influência de figuras públicas”:

“Homofobia é crime. E como crime, deve ser tratado com o rigor da lei, independentemente do histórico profissional ou social da agressora.”

Até o momento, a defesa de Adriana Ramos não emitiu declaração oficial. Fontes próximas à família afirmam que a jornalista estaria "arrependida e emocionalmente abalada", mas ainda não houve retratação pública.

Gabriel Saraiva, por sua vez, disse estar "desgastado emocionalmente" e agradeceu o apoio nas redes:

“Não queria ser símbolo de nada, mas o que aconteceu comigo acontece com milhares de pessoas todos os dias. Se isso servir pra abrir os olhos de alguém, já valeu a pena.”

Próximos passos

  • O caso foi encaminhado ao Ministério Público, que deverá apresentar denúncia nos próximos dias.
  • A Justiça irá avaliar a concessão de liberdade provisória ou manterá a prisão preventiva.
  • Organizações civis devem acompanhar o processo e cobrar transparência e responsabilização.
  • O que diz a jornalista
  • Depois de quatro horas na delegacia, Adriana gravou um vídeo e publicou no próprio perfil nas redes sociais.
  • Na gravação, ela diz que foi agredida por pessoas que estavam ao seu lado que “começaram a se escarnecer” da condição física dela.
  • “Me chamaram de velha, me chamaram de doente e riram de mim.”
  • Ela ainda afirma que pediu a conta para ir embora, mas que mesmo assim continuou sendo vítima dos ataques.
  • Adriana se dirige a si mesma como uma pessoa doente, que tem problema físico e que passará por cirurgia, tendo que tomar remédio para dor.
  • A polícia não citou os ataques citados pela mulher na nota para a imprensa.

Fonte: noticiastudoaqui.com


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