'BALA NOS BALAS' - Por que facções de outros Estados como PCC e CV não criam raízes no Rio Grande do Sul?

Publicidade

Quando chegou ao bairro Bom Jesus, na zona leste de Porto Alegre, na manhã de 17 de janeiro de 2016, o repórter e documentarista Renato Dornelles não se impressionou com o isolamento de ruas pela Brigada Militar.

Com 51 anos de idade e 29 de jornalismo, divorciado, dois filhos e duas netas, Dornelles frequentava a região, uma das mais violentas da capital gaúcha, havia mais de 30 anos.

Naquele domingo ensolarado de verão, uma cabeça tinha sido encontrada no interior de uma caixa de papelão deixada em uma rua do bairro.

"O que me impressionou foi o silêncio", recorda-se o jornalista, lembrando que, apesar da presença do tráfico de drogas, domingos costumam ser festivos nas comunidades de Porto Alegre, com churrasco, música alta e crianças nas ruas.

Horas depois, o restante do corpo da vítima foi localizado no bairro Mario Quintana, também na zona leste.

Os restos estavam enrolados em um edredon no qual alguém escrevera uma mensagem enigmática: "Bala nos Bala".

Publicidade

Para Dornelles, o recado ajudava a explicar a calmaria na "Bonja".

"Os Bala" eram a facção Bala na Cara, que controla o tráfico no local.

"A comunidade sentiu que, com aquela cabeça, vinha coisa ruim", comenta.

Publicidade

Nos meses seguintes, Porto Alegre foi abalada por uma guerra entre "os Bala" — aos quais estaria associado o decapitado — e um grupo rival que seria conhecido simplesmente como "os Anti-Bala".

(msn)


Publicidade

Noticias da Semana

Publicidade

Veja +