A HORA CÍVICA NA PRAÇA



Sem a construção do civismo, somos meros andarilhos, sem endereços, a pernoitar nas vagas da ilusão, pensando que ainda somos brasileiros!

Os tempos mudam ou os HOMENS mudam os tempos!... Mudamos de lugar; ou nossos ideais se perderam n’algum lugar!

A anatomia da vida secular tem demonstrado, porém, que o tempo, embora implacável, segura com saudades num canto qualquer do universo, ou nos nossos corações, os vestígios passados, principalmente àqueles que se firmaram de maneira singular na alma do povo.

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E da legenda do passado, trago ao presente a fantástica HORA CÍVICA defronte ao Palácio Presidente Vargas. 
Era ali mesmo que todas as sextas-feiras de cada mês, os meninos dos grupos escolares de Porto Velho se reuniam às 8 da manhã, com o Governador e secretariado, para reverenciar a Bandeira.

Naquele momento de comunhão, entre o homem em formação e o Governo – O PODER – ambos artífices da construção de um País, estejam certos, se estabelecia uma corrente, um elo invisível em nome de uma Nação sólida, mais consistente, em total transe e reverência ao princípio da autoridade e ao bom exemplo a ser seguido.

A Bandeira subia ao mastro e todos cantavam garbosamente o Hino Nacional com a mão deitada sobre o peito e a vista para o céu, na convicção de estarem construindo os grandes contrafortes do futuro, marcados implacavelmente nos registros da brasilidade.

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Era ali, defronte aquela fornalha cívica, que se estabelecia o respeito universal pela Nação, entendendo-se como Nação, um sentimento comum que nasce nos intramuros da própria consciência coletiva e se solidifica inexoravelmente no tempo e espaço...

Mas os tempos mudaram e estão penumbrosos, os HOMENS mudaram, e os nossos ideais acabaram se perdendo n’algum lugar. Ninguém mais canta o Hino Nacional, nem fala de civismo, senão de coisas ruins: Narcotráfico, Corrupção, Chacinas, Seqüestros, Terrorismo ... É preciso voltar ao tempo para se lembrar dos velhos pensadores, como Alexandre Herculano, que dizia:

“A Pátria não é a terra, e não é o bosque, o rio, o vale, a montanha, a árvore. A Pátria são os atos, que esses objetos nos recordam na história da vida; é a oração ensinada a balbuciar por nossa mãe; a língua em que, pela primeira vez, ela nos disse: Meu filho”!

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A Pátria, digo eu, são os vestígios que ficam alhures pregados, às vezes no nosso entusiasmo nos nossos tempos de criança, quando vestíamos a farda de nosso colégio para marchamos pelas ruas de Porto Velho; ou nos reuníamos em festas de gala, regadas a discursos que enfatizavam as sanhas de nossos heróis.

De outra forma, a Pátria, são os nossos meninos de rua que, de uma forma ou de outra, dão palmadas fortes no nosso egoísmo.
São os desgraçados que vivem à margem, dormindo pequenos sonos na Estação Rodoviária e aguardando a eternidade.
São os nossos valores: A borracha, a castanha, o ouro, o sernambi, a madeira, cassiterita as grandes pastagens, o agronegócio impulsionando o progresso rondoniense.
São as nossas crenças: O curupira, a matinta-pereira, o cobra-norato; o boto tucuxi. É, sem dúvida, nossa liberdade de viver bem perto de grandes verdes, em que se escondem lendas, onças e a cobra grande...

O amor a pátria é assim, feito na costura diária do civismo. Sem o embalo cívico, o que se constrói não é uma Nação, um sentimento; senão um povo, uma horda faminta de amor e respeito, que vai de um lado para outro como ave de arribação – sem destino. 
O civismo, é lógico, é concebido em qualquer lugar: No lar, no quartel, nas escolas, até nos PALÁCIOS e, sobretudo, nas PRAÇAS PÚBLICAS...

A Pátria, enfim, é esse colossal e fantástico show da vida feito por nós, falando a mesma língua, respirando o mesmo ar, as mesmas montanhas, os mesmos igarapés, os mesmos rios. É o eco retumbante que se ouve do Arroio-Chuí às Coxilhas do Sul. É a imensidão deste céu de estrelas que parece ser nosso. É o azul do mar. É a linha invisível que nos transporta para o campo imenso da imaginação, transformando-nos num só coração a pulsar com 220 milhões de corações...

De certo, não se constrói um Estado, um país, se não cuidarmos com carinho do civismo. Por que então não voltamos à HORA CÍVICA na nossa velha praça?

Por que deixá-lá assim, às escuras, às moscas, mosquitos, ratos, exposta à gozação dos incautos e servindo apenas como espaço de protesto, greves e uso de entorpecentes?
Transformemo-la, novamente, no palco de emoção de nossas crianças... Junto com o governo, é claro, junto com os que mandam – para que, ajudados também pelo espírito do civismo, façam jorrar, outra vez, as águas de sua fonte colorida e luminosa, retornando aquele ambiente ao campo místico que era, e não se deixem embair pelas falsas idéias ou pelos motivos torpes que têm levado outros governantes a esquecer de servir à Pátria e, infelizmente, construir seus próprios castelos de sonhos, deixando para trás mais apodrecida a esperança do povo de Rondônia!...

É preciso lembrar que na Praça, ou se constroem os laços mais profundos, ou se amontoa o lixo da desesperança, tendo como substância o próprio homem brasileiro.

Retomemos a Praça, ao passado, aos encantamentos do civismo, senhor governador, autoridades constituídas, reunindo novamente as nossas crianças às sextas-feiras para hastear a bandeira, fazendo renascer uma luz de esperança para estas gerações que perderam o endereço à frente da telinha, na tela do celular, ou nos guetos, assaltando, estuprando, furtando, roubando; porque, sobretudo, de uma forma ou de outra, serão estes jovens de hoje, que segurarão a grande tocha para seguir rumo às olimpíadas do futuro.

SENHOR GOVERNADOR MARCOS ROCHA, A PALAVRA ESTÁ COM VOSSA EXCELÊNCIA. VOLTE A HORA CÍVICA, ACARICIANDO ASSIM, A VONTADE POPULAR.

Amém!



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