Dezesseis dos 37 representantes assumem pastas nesta segunda-feira, primeiro dia útil da nova gestão
|
|
|
AGU defende harmonia entre poderes

Em sua fala, o novo advogado-geral da União, Jorge Messias, enfatizou uma retomada da harmonia entre os Poderes da República.
— Os ataques constantes às instituições democráticas, a incitação ao ódio, causaram muitos danos à nossa democracia. O ano de 2016 deu início a um processo de erosão do estado democrático de direito. Presenciamos a propagação de uma escalada autoritária, de estímulo ao ódio, do armamento da população— afirmou.
Segundo o novo AGU, é preciso restaurar a ordem democrática e enfrentar os discursos de ódio.
— A AGU desempenha sua função para assegurar a proteção da União e o exercício da liberdade, da igualdade e da Justiça. A AGU tem hoje aquela que talvez seja o maior escritório de advocacia do planeta. Se analisarmos o contencioso das demandas tributária, os valores ultrapassam os 800 bilhões de reais.
Vieira defende a solução de dois estados — palestino e israelense — no Oriente Médio

Mauro Vieira reiterou sua posição de reconhecer os estados palestino e israelense e disse que o Brasil manterá boas relações com Europa, África e toda a comunidade internacional.
— Com os Estados Unidos, estaremos em pé de igualdade, com relações isentas de alinhamentos automáticos — afirmou o novo chanceler.
'Ministério do Silêncio': GSI é a única pasta da Esplanada que não terá cerimônia de posse

O Gabinete de Segurança Institucional (GSI) é o único ministério do terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que não terá cerimônia de posse. A decisão foi do próprio ministro, o general da reserva Marco Edson Gonçalves Dias, o Gdias, que foi empossado ontem ao cargo.
Ele entra no lugar do general Augusto Heleno, cuja exoneração saiu no Diário Oficial deste domingo, dia 1º. Heleno era uma dos ministros mais polêmicos do governo anterior. Quando tomou posse, em 2 de janeiro de 2019, ele acusou a ex-presidente Dilma Rousseff de ter "derretido" a pasta.
— Ele [sistema de inteligência] foi derretido pela senhora Rousseff, que não acreditava em inteligência — disse ele, na ocasião.
AGU cita Bíblia

Ao iniciar o seu discurso, Messias agradeceu efusivamente ao advogado Cristiano Zanin e aos integrantes do grupo de juristas "Prerrogativas", que foram aplaudidos. Ao se referir a Zanin, Messias frisou o combate dele ao que chamou de "arbítrios" contra o presidente Lula. Ainda ao cumprimentar os presentes na cerimônia, ele congratulou João Pedro Stédile, do MST — que também foi aplaudido pela plateia.
Logo no início do discurso, Messias se emocionou ao agradecer a Aluísio Mercadante, a quem se referiu como "parceiro de luta".
— Ao presidente Lula, o meu agradecimento. Quero lembrar também da mulher que simboliza a luta pela democracia, a presidente Dilma Rousseff. Meu agradecimento — disse.
Messias citou uma "fé inabalável em Deus" e mencionou um versículo da Bíblia como "grande ensinamento":
— Foi em Mateus 25 que aprendi uma verdadeira lição sobre solidariedade.
Vieira defende integração com América Latina

O novo chanceler voltou a defender a integração:
— De todas as ausências do Brasil, o abandono da América Latina e do Caribe foi o que trouxe maiores prejuízos. Vamos recuperar a capacidade de defender nossos interesses e contribuir para reduzir as desigualdades regionais. Nossa ideologia será a integração.
Mauro Vieira afirmou que o Mercosul deve ser aprofundado com impacto direto na vida das pessoas, com ênfase no avanço da liberalização, promoção de investimentos, em turismo e na facilitação de circulação de bens de pessoas.
— Vamos recuperar a Unasul (União de Nações Sul-Americanas) e a Celac (Comunidade de Nações Latino-Americanas e Caribenhas).
Novo chanceler aponta retrocesso 'sem precedentes' com Bolsonaro

Mauro Vieira afirmou que a política externa com Bolsonaro viveu um retrocesso "sem precedentes", mas acrescentou que agora ela voltará a se traduzir em ações de "um país generoso, comprometido com os direitos humanos".
— O Brasil se alinhará à promoção da igualdade de gênero, ao combate à discriminação em função da orientação e identidade de gênero, ao combate ao racismo e à xenofobia. E vamos retomar o pacto global de migrações das Nações Unidas para avançar nos direitos dos trabalhadores imigrantes.
Ele anunciou que será publicado um guia de conduta do servidores para o enfrentamento do assédio moral e sexual na carreira. E informou que será elaborada uma política de diversidade e inclusão:
— Vamos recrutar mais mulheres, negros e indígenas para a carreira do diplomata.
Com voz embargada, Dilma discursa em posse da AGU: 'Os erros são meus, mas agradeço ao Messias'

Convidada a falar na cerimônia de posse de Jorge Messias na Advocacia-Geral da União (AGU), a ex-presidente Dilma Rousseff foi ovacionada:
— Queria agradecer preliminarmente ao meu querido ministro Jorge Messias. Eu venho aqui falar da importância da AGU e da SAJ (Secretaria de Assuntos Jurídicos, ocupada por Messias durante o mandato de Dilma) para um presidente da República — afirmou Dilma.
Ela se referiu a Messias como "meu querido" e "amigo":
— Se não tiver uma AGU forte, respeitada e considerada, vai ser muito difícil que o Executivo tenha uma atitude de respeito ao Legislativo e ao Judiciário.
— Os erros são meus, mas eu agradeço ao Messias por ter me ajudado a acertar — afirmou Dilma, com a voz embargada.
Mauro Vieira: o Brasil está de volta

Mauro Vieira, o novo chanceler do Brasil, disse que com Lula o país voltará a ter voz:
— O Brasil está de volta. Existe uma clara demanda do mundo pelo Brasil , e o destaque dado pela mídia internacional à posse de Lula atesta o que acabo de dizer — disse Vieira, ressaltando que a primeira instrução que recebeu foi de reabrir canais de diálogo bloqueados. — Há também demanda do Brasil pelo mundo pelos temas prioritários.
Vieira disse que a grande tarefa agora é reinserir o Brasil no mundo.
— Estivemos alijados do cenário internacional por força de um regime ideológico e limitante. Isso vai requerer um fluxo intenso de nossas capacidades diplomáticas. Vamos recompor relações bilaterais danificadas. O Brasil será um parceiro confiável, um ator incontornável e uma liderança e uma força positiva.
(oglobo)
