
O presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Gilberto Waller Júnior, revelou durante coletiva de imprensa, realizada nesta quarta-feira (14/5), dados alarmantes sobre a quantidade de denúncias envolvendo descontos não reconhecidos em benefícios previdenciários. Segundo ele, até as 16h de hoje, 480.660 manifestações formais haviam sido registradas no sistema — e a esmagadora maioria dessas pessoas afirma que nunca autorizou o desconto em folha.
Dos mais de 480 mil pedidos feitos, 473.940 segurados (98,6%) declararam não reconhecer o vínculo com entidades que apareciam como responsáveis por descontos mensais nos benefícios. Apenas 6.720 pessoas (1,4%) confirmaram a regularidade do vínculo e concluíram o processo sem contestações.
"Estamos lidando com uma situação extremamente grave", afirmou Waller, durante coletiva. "Essas pessoas alegam não ter qualquer relação com as entidades que estão realizando os descontos. Quando o vínculo é negado, o INSS intima automaticamente a instituição envolvida para apresentar justificativas e documentos comprobatórios em até 15 dias úteis."
Caso a entidade não comprove a legalidade do desconto, o INSS exige o reembolso imediato ao beneficiário — com atualização monetária pelo IPCA — por meio de Guia de Recolhimento da União (GRU).
Sistema sobrecarregado por curiosos
Waller também fez um apelo à população para evitar o uso do sistema por pessoas que não tenham sido afetadas diretamente. “Pedimos que apenas aqueles que identificaram o desconto indevido façam o requerimento. O excesso de acessos por curiosidade atrapalha quem realmente precisa ser atendido.”
Dos mais de 480 mil pedidos, 450.426 (93,7%) foram feitos pelo canal "Meu INSS", evidenciando a importância do atendimento digital na operação emergencial.