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OS LADRÕES DO INSS - Só a Conafer é suspeita de roubar R$ 100 milhões dos aposentados: entidade representa agricultores familiares

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Investigada por esquema de filiações em massa, a Conafer recebeu R$ 100 milhões do fundo previdenciário e virou alvo central da operação "Sem Desconto"

A Confederação Nacional de Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais (Conafer) está no centro das investigações da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União (CGU) sobre descontos suspeitos aplicados em aposentadorias e pensões do INSS. Entre 2019 e 2024, o valor retido por meio da entidade saltou de R$ 400 mil para R$ 277 milhões, o maior crescimento absoluto entre todas as associações investigadas. O avanço dos descontos coincidiu com a intensificação das adesões em massa durante a pandemia da covid-19.

Só entre abril e julho de 2020, a Conafer incluiu 73 mil novos filiados na base de dados do INSS, o equivalente a cerca de 610 registros por dia. O volume chamou atenção de órgãos de controle e resultou em duas fases da operação “Sem Desconto”. Nesta semana, agentes da PF cumpriram mandados de busca e apreensão em endereços ligados a Cícero Marcelino e Ingrid Pikinskeni, apontados como operadores financeiros da entidade.

A investigação apurou que a Conafer recebeu mais de R$ 100 milhões do Fundo do Regime Geral de Previdência Social (FRGPS) e repassou parte desses valores a empresas controladas por Marcelino e Ingrid. Um dos depósitos identificados, no valor de R$ 812 mil, teria sido direcionado ao presidente da confederação, Carlos Roberto Ferreira Lopes. A PF afirma que os recursos seguiram por um circuito financeiro “em que o dinheiro circula por empresas interligadas, sugerindo um possível esquema de lavagem”.

Antes da atuação federal, a Conafer já havia sido alvo de um inquérito na Polícia Civil do Distrito Federal em conjunto com o Ministério Público local. A denúncia apontava ameaças a servidores do INSS que tentavam auditar os acordos firmados com a entidade. Apesar das diligências, a Justiça do DF negou o pedido de operação, remetendo o caso à esfera federal, onde tramitam as apurações atuais.

Mesmo diante dos indícios, a Conafer ficou de fora da ação movida pela Advocacia-Geral da União que pede o bloqueio de recursos de entidades suspeitas de descontos indevidos. A exclusão chamou atenção, já que a confederação é uma das que mais movimentaram valores no período investigado. Procurada, a AGU não explicou os critérios adotados para definir a lista de associações incluídas na ação.

(Correio Braziliense)


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