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CONFLITO COM MINISTRO EMPRESÁRIO - Eleição na CBF coloca Gilmar Mendes e clubes da Série A em lados opostos

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Disputa pela presidência da entidade tem movimentações políticas e pressão dos clubes; votação está marcada para 26 de maio

Brasília — A eleição para a presidência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), marcada para o próximo dia 26 de maio de 2025, ganhou contornos de embate institucional e político. O confronto se desenha entre o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes, que articula nos bastidores apoio ao nome de Samir Xaud, presidente eleito da Federação de Futebol de Roraima, e 16 dos 20 clubes da Série A do Campeonato Brasileiro, que declararam apoio formal neste sábado (17) a Reinaldo Carneiro Bastos, atual presidente da Federação Paulista de Futebol (FPF).

A disputa, antes restrita aos bastidores da CBF, tomou proporções nacionais após a divulgação de uma nota conjunta dos principais clubes da elite do futebol brasileiro, exigindo maior transparência e protagonismo dos clubes na condução da entidade máxima do futebol nacional.

Os dois lados

De um lado, Samir Xaud conta com o apoio de federações estaduais, incluindo algumas do Norte e Nordeste, e estaria sendo impulsionado por articulações próximas ao ministro Gilmar Mendes. Fontes ouvidas por veículos esportivos indicam que o magistrado tem defendido a legalidade do processo eleitoral e o direito das federações de manterem protagonismo nas decisões da CBF — o que contraria o movimento dos clubes que querem reformar a estrutura de governança da entidade.

Do outro, Reinaldo Bastos surge como o candidato da "liga dos clubes", com o respaldo de grandes potências como Flamengo, Palmeiras, São Paulo, Atlético-MG e Grêmio. Os clubes defendem uma CBF mais democrática, com maior influência de quem movimenta o futebol profissional e gera receitas bilionárias ao esporte no país.

“Apoiamos Reinaldo por sua competência, experiência e compromisso com a modernização do futebol brasileiro”, diz a nota assinada por 16 clubes da Série A.

Apoio dividido e federações em alerta

A eleição da CBF é decidida por um colégio eleitoral composto por 27 federações estaduais e 40 clubes (20 da Série A e 20 da Série B), mas o peso dos votos é desigual: cada federação tem 3 votos, enquanto clubes da Série A têm 2 e os da Série B apenas 1 voto cada. Isso dá às federações um poder decisivo, o que é alvo de críticas por parte dos clubes.

Esse desequilíbrio é um dos principais pontos de discórdia e combustível para a polarização do pleito. A tentativa de modernizar o estatuto da CBF para alterar essa lógica já foi tema de discussões anteriores, mas sempre esbarrou na resistência das federações.

O que está em jogo

Além da presidência, a eleição representa uma batalha pelo controle político e financeiro do futebol nacional. A CBF é responsável por repasses milionários, organização de competições e relações internacionais, o que torna sua liderança estratégica para interesses diversos — esportivos, econômicos e até jurídicos.

A presença de um ministro do STF em meio às articulações é vista com desconforto por parte de alguns clubes, que temem uma politização do processo eleitoral.

O que vem a seguir

Com a aproximação da data da eleição, o clima tende a se acirrar. Reuniões, articulações de última hora e até judicializações não estão descartadas. Em um cenário de disputa tão desequilibrada entre clubes e federações, o futuro da CBF pode ser decidido mais nos bastidores do poder do que nos gramados.

A votação está marcada para o dia 26 de maio, e os olhos do futebol brasileiro estarão voltados para o resultado que poderá definir os rumos da entidade pelos próximos anos.

Fonte: noticiastudoaqui.com

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