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INCÊNDIOS E DEGRADAÇÃO - Degradação da Amazônia cresce 163% em dois anos e ameaça metas climáticas do Brasil

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Incêndios e degradação silenciosa ofuscam queda no desmatamento e colocam país em alerta às vésperas da COP30

Um novo estudo publicado na revista Global Change Biology acende um alerta preocupante: a degradação da Amazônia brasileira aumentou 163% entre 2022 e 2024, comprometendo os avanços recentes no combate ao desmatamento e ameaçando as metas climáticas internacionais assumidas pelo Brasil.

A pesquisa foi conduzida por cientistas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em colaboração com a Universidade de São Paulo (USP) e instituições do Reino Unido. Os autores destacam que, embora o desmatamento tenha registrado queda significativa no período, a degradação do bioma — impulsionada principalmente por incêndios florestais — teve crescimento explosivo, resultando em um “saldo negativo” na proteção da floresta.

A degradação florestal difere do desmatamento porque não necessariamente remove completamente a vegetação, mas danifica a estrutura da floresta, reduz sua biodiversidade e torna as áreas mais vulneráveis à destruição total. Segundo os pesquisadores, esse processo silencioso pode ser ainda mais prejudicial a longo prazo, por liberar carbono na atmosfera, comprometer os serviços ecossistêmicos e facilitar novas queimadas e invasões.

Metas climáticas em risco

A aceleração da degradação surge em um momento crítico: em 2025, o Brasil será sede da COP30, a Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, prevista para ocorrer em Belém (PA). Como anfitrião, o país busca se apresentar como líder na agenda ambiental global, mas os dados recentes colocam em xeque essa posição.

"Esse aumento na degradação da Amazônia mina os esforços recentes para conter o desmatamento e pode comprometer o cumprimento das metas do Acordo de Paris", alerta o artigo. O Brasil se comprometeu a atingir a neutralidade de carbono até 2050 e a zerar o desmatamento ilegal até 2030.

Causas e consequências

O estudo aponta que os incêndios, muitos deles de origem humana, são os principais responsáveis pela degradação florestal recente. A prática de queimadas ilegais, aliada ao enfraquecimento de políticas de fiscalização ambiental em certos períodos, contribuiu para o avanço do fogo em regiões sensíveis da floresta.

Além do impacto climático, a degradação florestal ameaça diretamente comunidades indígenas e tradicionais, a biodiversidade da região e o equilíbrio hidrológico que influencia até a produção agrícola em outras partes do Brasil.

Caminhos possíveis

Os cientistas defendem que o combate à degradação exige políticas públicas específicas e independentes do combate ao desmatamento. Isso inclui maior investimento em monitoramento por satélite, fortalecimento da fiscalização ambiental, recuperação de áreas degradadas e ações efetivas de prevenção a incêndios florestais.

Com os olhos do mundo voltados para a Amazônia e a proximidade da COP30, o Brasil tem pouco tempo para reverter o cenário. Como ressaltam os autores do estudo, “reduzir o desmatamento é essencial, mas não suficiente. É preciso enfrentar a degradação com a mesma urgência.”

Fonte: noticiastudoaqui.com


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