1. O que são as sanções e por que foram aplicadas
Redação, Brasil, 01 de agosto de 2025 - O governo dos Estados Unidos aplicou sanções a Alexandre de Moraes — ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) — com base no Global Magnitsky Act, por alegadas violações de direitos humanos, censura e detenções arbitrárias relacionadas à sua atuação no processo que envolve o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Essas sanções incluem o congelamento de bens e interesses sob jurisdição americana, e a proibição de entrada nos EUA. Também podem afetar serviços financeiros e digitais vinculados a empresas americanas.
2. A reação de Alexandre de Moraes
Em discurso público na manhã de 1º de agosto de 2025, ao participar da abertura do semestre judiciário no STF, Moraes declarou:
“Vou ignorar as sanções aplicadas a mim … As ações penais prosseguirão. O rito processual do STF não se adiantará, nem se atrasará”.
Ele deixou claro que seguirá desempenhando suas funções como relator de forma colegiada, sem submeter o funcionamento da corte à interferência externa, seja de Estados Unidos ou de brasileiros no exterior.
3. O contexto político e jurídico
O ministro acusa grupos ligados a aliados de Bolsonaro — especialmente Eduardo Bolsonaro — de formarem uma “organização criminosa” que busca instrumentalizar sanções, tarifas e pressão externa para interromper os processos em curso.
Para Moraes:
- O inquérito e ações penais relativas à tentativa de golpe de Estado em 8 de janeiro de 2023 serão concluídas ainda no segundo semestre de 2025, com julgamento dos quatro núcleos acusados, totalizando 31 réus.
- O processo, ressalta, vem ocorrendo com transparência e publicidade raras no mundo jurídico moderno.
- No entanto, é preciso informar, e ressaltar, que os acusados não tiveram direito ao duplo grau de defesa, e a Constituição Federal foi aprontada ao trazer para o Supremo pessoas sem foro privilegiado, cujos processos acusatórios deveriam começar no juízo de primeiro grau.
4. Repercussões institucionais no Brasil
Vários ministros do STF manifestaram solidariedade a Moraes. Gilmar Mendes e Flávio Dino condenaram as sanções norte-americanas como uma afronta à soberania nacional e à independência judicial. A Presidência da República, sob Lula, repudiou a medida e defendeu a autonomia do Judiciário.
Entretanto, o alvo da medida do governo americano não foi a Suprema Corte do Brasil. Mas sim a pessoa física de Alexandre de Moraes, que, funcionalmente, é servidor público na Suprema Corte.
5. Impactos práticos e jurídicos
Embora represente um caso inédito — primeiro integrante da Suprema Corte brasileira sancionado sob a Magnitsky — Moraes, dizem, não possui vínculos financeiros ou visto para os EUA, reduzindo o efeito concreto das sanções. Ainda assim, especialistas alertam que o episódio marca uma escalada na diplomacia coercitiva, com o uso de restrições econômicas como forma de pressão política externa.
Do lado brasileiro, advogados e analistas destacam o risco ao princípio da independência judicial e ao respeito entre Poderes.
Conclusão
Alexandre de Moraes reafirmou que as sanções dos EUA não terão efeito sobre os procedimentos internos do STF. Ele se posiciona como defensor da soberania nacional e da continuidade aos julgamentos relativos à tentativa de golpe de 2023.
À medida que os processos avançam, o embate entre soberania jurídica, pressão diplomática e narrativa política escalada torna-se cada vez mais central — tanto nas arenas do Direito quanto na diplomacia internacional.
Fonte: noticiastudoaqui.co