Redação, São Paulo, 20 de setembro de 2025 — O Movimento Advogados de Direita Brasil utilizou as redes sociais nesta sexta-feira (19) para condenar a postura adotada por artistas que, tendo sido anistiados no passado por delitos políticos, agora se posicionam contrários ao atual projeto de anistia e criticam o Judiciário. Segundo o grupo, essa mudança reflete uma inversão grave da lógica jurídica: “hoje o cidadão é chamado a provar sua inocência, quando é o Estado quem deveria comprovar a culpa”.
Motivos da crítica
O movimento questiona a presença de nomes como Gilberto Gil, Caetano Veloso e Chico Buarque no ato público contra a anistia, previsto para domingo (21) no Rio de Janeiro. A entidade argumenta que esses artistas teriam sido beneficiados por processos de anistia anteriormente — alguns inclusive financiados pela Lei Rouanet — e agora se posicionam contra o benefício que um dia receberam. Em suas publicações, o movimento afirma:
“Quando até artistas consagrados — alguns sustentados por incentivos da Lei Rouanet — passam a desejar o silêncio e o confinamento injusto de seus semelhantes, é sinal de que abandonaram... a condição de intérpretes da liberdade para se tornarem cúmplices do autoritarismo.”
Ainda de acordo com o movimento, a anistia, neste contexto, deve ser encarada não como indulgência a “golpistas”, mas como ato de reparação diante de um sistema judicial injusto, marcado por processos viciados e decisões sem individualização de condutas.
O ato político e cultural
O protesto está marcado para domingo, dia 21 de setembro de 2025, com início às 14h, no posto 5 da praia de Copacabana, no Rio de Janeiro. Ao lado de Gil, Caetano e Chico, outros artistas e líderes políticos como Sandra de Sá, Guilherme Boulos, Erika Hilton e Tarcísio Motta participam da mobilização contra o projeto da anistia e a chamada PEC da Blindagem, aprovada pela Câmara na última terça (17).
Em São Paulo, um ato paralelo está programado para a Avenida Paulista, em frente ao MASP, também às 14h do domingo.
Tensão entre narrativa jurídica e simbólica
O embate reflete uma divisão crescente entre setores que afirmam que a anistia é medida necessária à pacificação nacional e aqueles que veem no instrumento uma ameaça à responsabilização por atos contra a ordem democrática. Para os advogados, negar a anistia a quem já a recebeu no passado seria perpetuar injustiças, enquanto os críticos alegam que a proposta beneficia culpados e fragiliza investigações contra figuras políticas importantes.
Fonte: noticiastudoaqui.com